Sentei-me, pedi uma torrada com pouca manteiga, uma chinesa escura, e abri o único Diário independente deste calhau à beira mal plantado.
Aleluia! Aleluia! A crónica do Nuno Morna de hoje no Diário não fala nem em discos nem em livros. Que alivio! E diga-se foi a crónica mais coerente que ele escreveu desde que a sua mãe - que Deus a tenha - lhe ensinou a escrever.
E antes de tudo, e para que fique esclarecido, confesso solenemente que votei na Iniciativa Liberal para o Parlamento Regional mas como não deu em nada votei depois no RIR para as Legislativas Nacionais. No primeiro caso porque achei fofo que um gajo que ganha 4000 euros por mês líquidos tenha pachorra para ser deputado. No segundo caso porque ninguém ainda percebeu porque eu e mais 1184 loucos decidiram votar no RIR. Por achar piada ao nome?
E por falar em bananas, acho que o artigo de opinião do Nuno Morna está muito bem escrito, sem erros ortográficos e com a lógica que se lhe reconhece. Segundo ele, a Iniciativa Liberal foi o único partido que perdeu as eleições. Sim senhor, coerente e verdadeiro até ao fim. Aprendam seus malucos!
Mas o que mais me surpreende no artigo do Nuno, e tirando a referência ao Cardeal Tolentino Mendonça, é que peca por ser anacrónico. Não devia ter sido escrito antes das eleições? Os tachos, as nomeações, e os Donos Disto Tudo já não existiam antes das Regionais? Nuno Morna não sabia nada disso antes? Claro que sabia, mas segundo os más-línguas não dizia nada porque andava a fazer olhinhos bonitos aos ressabiados do PSD. Ai o malandro!
E por fim, e ainda apreensivo com o anúncio do Nuno sobre o fim da democracia e como ainda tinha tempo dei ainda uma vista de olhos a outro artigo de opinião.
Aleluia! Aleluia! E não que hoje é o dia das surpresas? E não é que Miguel Sousa voltou a escrever? E pasme-se, desta vez não é um artigo narcisista.
Surpreendentemente, o ex-militante do CDS apela a uma maioria absoluta. Felizmente ficamos sem perceber se no CDS ou no PSD, mas quem leu as entrelinhas viu que o recado era direitinho para Miguel Albuquerque. Portanto Miguel cuida-te porque parece que os elefantes não esquecem nem perdoam.
“Um parvo em pé vai mais longe que um intelectual sentado.”
António Lobo Antunes