A Marioneta


Os leitores mais atentos reconhecem o ADN de qualquer escrita pois não é difícil, nem complicado, reconhecer a construção de frases facilmente identificáveis por uma gramática única e pessoal. Principalmente quando se é bronco e se escreve como se fala.

Alguns termos pejorativos como "bandalheira", "criatura", "aperlamado", "bejecas", "baboseiras", "combinanços", "broquilhas", "renovadinhos" e "relesinha" são termos abusivamente e sistematicamente utilizados, na escrita, e na dialética, daquele que tão bem conhecemos há mais de trinta anos.

Durante anos habitua-mo-nos a aturar os devaneios abusivos, o palavreado ofensivo, e os atos irrefletidos de alguém que nos apelidava de raça superior. Entre os risos e o espanto lá aguentamos décadas de democracia duvidosa, tudo em nome dum desenvolvimento desenfreado e insustentável.
   
Depois veio a renovação, e os melhores prognósticos davam-no como politicamente morto, enterrado e já em elevado estado de putrefação. Nada mais errado, surpreendentemente do limbo necrófilo a "criatura" ressuscitou!

E sem ninguém se aperceber, com tempo, e sem muito espalhafato, construiu uma marioneta de madeira à sua imagem, vestiu-a com tecido transparente de chifom negro, penteou-a com brilhantina, e depois de pronta, meteu-a pela calada na "bandalheira" do governo do "aperlamado".

O que o povo superior não sabe, é que a Marioneta fez parte dum "combinanço" que envolveu promessas obscuras entre políticos, empresários "broquilhas", e gente "relesinha". E foi assim que sem "baboseiras", a meio de umas "bejecas" numa festa, que o "renovadinho" foi comido com calças e tudo.

Agora é a "criatura" quem puxa os cordelinhos outra vez.