Alimentando a bolha imobiliária?


Engraçado, andando e aprendendo, agora as avaliações das casas são políticas, "penso eu de que" é mais ou menos assim, tens uma palhosca mas com cartão do PSD passas a ser hipervalorizado para ganhares o teu. É uma habitação tipo entrevista de emprego, não vales nada mas o entrevistador valoriza-te. Deixem-me adivinhar, se for uma moradia nova toda xpto, já vão manipular a descrição do imóvel para pagar o mínimo de IMI. Quantos remediados pagam mais do que outros por quintas! São avaliações ... a metro ... "quadrados"!

Então há tanta gente do PSD em imobiliárias, sobretudo filhos de governantes e ex-governantes, a trabalharem os dinheiros "amealhados" pelos pais e nenhum foi ao PSD dizer como se fazem as contas das avaliações das casas? Há muito que a Direcção Regional de Estatística (DREM) é outro braço armado do PSD.

O que conta é isto e o "negócio" desvalorizou com a perspectiva de crise aguda:

Tipologia e área: quanto mais assoalhadas maior o valor da venda, claro que tem nuances, esta é só uma regra. É que podes ter de um T0 a T5 ou mais, com apartamentos unidos, duplex etc. Por isso vamos às áreas totais. Podes ter um T1 e viver como um lorde que nem com um T3 atravancado.

A localização: ora, ora, quantas vezes paga-se a vista e não a área. Então na Madeira é certinho. Mas também podes estar bem localizado e te fazer poupar dinheiro noutras coisas, como deslocações. Pagas de uma vez mas o resto da vida poupas noutras. A zona em que vives, seu ambiente e serviços ou comércio disponíveis, a proximidade ou necessidade de transportes públicos, existência de escolas, etc, vão influenciando no preço por metro quadrado e consequentemente no total. Se for alguém sério, claro. Se tens má vizinhança, barulho e outras questões de bem-estar podes estar tramado, vives mais barato mas incomodo.

A Idade do imóvel que compras ou vendes é importante, pela degradação/ conservação ou por já não estar de acordo com a legislação nos pontos em que valorizam ou desvalorizam o imóvel. Os materiais contam, imagina que tens alguns banidos do mercado por questões de saúde/ higiene, ou mudas ou influi no preço. Mas olha que o antigo pode não ser mais barato, porque há materiais que já não existem que são um luxo, casquinha, cantarias, etc. Com um antigo feito para durar, já entramos noutra área da componente avaliação, o estado de conservação. Um T5 degradado, esquece, pesa mais o degradado do que o "T5" (área). Daqui salta-se para outro "relacionamento", se dura ou não dura, se está em bom estado ou não, isso depende dos acabamentos de 1ª ou de 2ª categoria. Há coisas que duram uma vida, toda a tua vida, há outras que desenrascam para o preço que podes pagar. Há loiças, mosaicos antigos que atingem valores astronómicos e ninguém tira para trocar por novos.

Depois tem os extras, como o nome bem diz, comodidades que te fazem viver melhor: rotura térmica, domótica, poupança de energia ou consumo inteligente, blackouts, até a churrasqueira, etc. A exposição solar é um conceito dúbio, pode ser incomodo e te fazer gastar dinheiro mas também te pode fazer poupar. O que conta é se poupas na factura da electricidade para compensar o calor ou frio. Depois do calor e do frio por exposição solar também temos o factor luz. Uma janela aberta pode levar a menos tempo a luz acesa.

Já falamos de churrasqueira, em moradia é mais fácil mas alguns apartamentos têm de forma fixa num espaço exterior amplo de varanda ou quintal numa cota que dá acesso a um RC, até podendo estar num 3º piso, depende da orografia onde se insere o prédio. A área exterior é valorizada e traz-nos bem estar, uma variante de estar em casa, tudo entra nas contas, áreas de varandas, pátios, terraço, jardim, etc.

Para você que vai enfrentar uma crise, e sabe-se que pode ter que vender e outros com dinheiro estarem interessados em comprar, acautele-se com estes vampiros da política. Quantas vezes não se podia construir num terreno e depois de comprado por um sacaninha destes passou a ser possível?! Estas informações nunca se sabe para que servem (items de avaliação), o que sei é que não batem certo para o momento e a realidade. Já não bastava os bancos terem uma avaliação, o fisco outra, para além do diferendo habitual entre vendedor e comprado (às vezes parece um mercado árabe), agora temos a avaliação política de gente metida em lugares chave (DREM). Com tudo parado em março e abril, perspectiva da maior crise desde 1929, corte nos rendimentos, baixa nas vendas, etc, aparece esta pérola. Nas avaliações também conta a vontade de comprar perante o clima económico! Vão criando bolhas interesseiras depois digam que alguém apareceu com um alfinete.

Venda de casas baixa no primeiro trimeste
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 1 de Maio 2020 13:37
Texto e título enviados pelo autor. Ilustração CM.