O Pasquim


Nos corredores escusos e tenebrosos do Governo Regional da Madeira, o Correio da Madeira é conhecido como o “Pasquim”. Entre os que mandam nisto, é frequente ouvir-se à surdina “já viste o que saiu no Pasquim hoje?”

Mas porquê “Pasquim”? Segundo o dicionário da língua portuguesa, o substantivo “Pasquim” tem dois significados. O mais nobre significa ser uma publicação anónima com críticas contra o governo, e um outro, mais depreciativo, que o define “Pasquim” como um jornal de baixa qualidade, difamatório, ou mesmo lixo. Sinceramente? Isto não nos incomoda e até gostamos dos dois significados.

Mas seja o “Pasquim” o que for, sabemos que importuna o poder, e isso chega-nos para satisfazer o nosso ego. E diga-se que a maior vantagem do “Pasquim” é que os que aqui escrevem são livres, na forma e no conteúdo, isto é, dentro dos limites do bom senso, podem escrever o que lhes vai na alma, o que alguém um dia chamou de Liberdade de Expressão.

Por falar em liberdade, é do nosso conhecimento que o poder mandou os seus sequazes não dar importância, nem comentar o que sai no “Pasquim”, e até sabemos que alguém já insinuou que se limitasse o acesso público à internet dos conteúdos do “Pasquim”. Nada mais justo! Na verdade, os funcionários públicos são pagos para trabalhar e não para perder tempo na internet com o “Pasquim”, ou com o “facebook”, ou ainda a ver pornografia. Portanto, se é para cortar, corte-se o acesso a tudo!

Tudo isto é um dogma, e na verdade os políticos e alguns jornalistas não gostam do “Pasquim” porque julgam-se donos da verdade, e não querem ver os seus erros e falcatruas expostos. Meus caros sejam sérios e honestos, pois quem não deve, não teme!

E por falar em política, e para que se saiba, o número de leitores do “Pasquim” continua a aumentar de dia para dia, e se convertêssemos hoje esses números em votos, em setembro, o “Pasquim” seria governo com maioria absoluta. Ia ser bonito!

O “Pasquim” é do Povo e para o Povo.

Obrigado por tudo.


“Tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas”

Napoleão Bonaparte