O Marketing é imprescindível no sucesso de qualquer investimento e publicitar, quer os produtos, quer as empresas, é um bom princípio e uma boa estratégia para qualquer empresa. Os ralis movimentam muita gente e muitos media, e aparecer, mesmo que a 200Km/h por míseros uns segundos no ecrã de uma TV é considerado lucro para qualquer empresário com a escolaridade mínima.
Os jornalistas odontológicos e sindicalizados do CM especializados nestas coisas de fumos, octanas, ferry's e ganzas, analisaram o elevado retorno financeiro do rali da Madeira, que segundo os maiores especialistas em economia, é dos tais celebres investimentos da Região que se pagam a si próprios, e as conclusões são no mínimo curiosas.
De um modo simplista e sem recorrer a equações exponenciais com números maiores que cinco, os jornalistas responsáveis pela investigação consideraram nas suas contas que o valor da publicidade é diretamente proporcional ao tamanho do autocolante, ao número de autocolantes, à sua localização na viatura, e ainda a qualidade da cola.
Depois de um longo estudo que durou uns 30 segundos, os jornalistas do CM quantificaram o investimento por ordem decrescente pelas viaturas que entraram este ano no rali da Madeira.
Na lista resultante, em primeiro lugar do pódio ficou a CANON, que como se sabe é representada pela Caldeira & Costa. Do estudo não foi possível contabilizar o incremento do número de impressoras e fotocopiadoras que a CANON vai vender pelo facto de ter financiado uma viatura do Rali que, mas imagina-se, que foi vista por centenas de pessoas alcoolizadas durante cinco segundinhos, o que é muito bom.
Em segundo lugar, ficou o marketing inovador do Alberto Oculista, que colou propositadamente um minúsculo autocolante que não é sequer visível ao míope mais distraído, isto é, o potencial cliente nem vai enxergar o anúncio, o que prova a falta de vista.
No último lugar do pódio, The Last but not the least, ficaram os tarraços da CORAL que continuam a financiar com álcool a viatura mais querida do Rali.
Infelizmente nem tudo correu bem no rali, e para a história, fica o facto de muitas empresas de renome internacional não tirem conseguido terminar o rali deste ano, talvez devido a algum estampanço de última hora.
Sem querer menosprezar nenhuma, em último lugar ficou a ACIN, que nos ralis, anteriores foi um dos grandes patrocinadores, mas que este ano nem nos pneus teve direito a autocolante. Por desistência, A SOCICORREIA, a SOCIPAMO, a AFA, e a C. SANTOS VP foram algumas das empresas que este ano e também não tiveram direito a autocolante no pópó.
Mas como o Sr. Presidente do Governo disse que os madeirenses são uns invejosos do caraças, e no sentido de eliminar quaisquer eventuais suspeitas, os jornalistas dos CM consultaram vários especialistas em direito fiscal que consideraram não ser ilegal patrocinar viaturas em que o interessado é detentor de cargos públicos, mas que ilegal e perigoso é sim fornecer mangas inflamáveis aos pilotos.
Foges-me, sabendo certo que passo perigo marinho, e sem ti vou tão deserto que, quando cuido que acerto, vou mais fora de caminho.
Gil Vicente