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| Parte da capa do DN de hoje. |
Desconhecia-se Pedro Fino, pelo que em princípio merecia o benefício da dúvida. No entanto, tinha no seu cadastro ser Renovadinho.
Pedro foi liderar uma secretaria regional conhecendo pouco a administração pública, as pessoas que compõem a SREI e os procedimentos em curso. Desconfia-se que era obrigado a aceitar o convite para liderar a SREI devido ao risco de desemprego.
Agora podemos adicionar o seguinte: Pedro só quer saber dos mesmos de sempre, não lê blogs, não é cuidadoso ao decidir e está-se a cagar para a sua arte (engenharia).
No DN de hoje, Pedro Fino elogia a aplicação de uma técnica experimental: engenharia verde … mas que é posta em prática por um não-engenheiro conhecido por ter chegado a um cargo de direção num concurso feito à medida e por ter permitido o furto de pedra da Ribeira dos Socorridos durante anos (para além de outras acusações, como por exemplo, utilizar equipamento e tempo do LREC para fazer trabalhos privados, não cumprir os estudos para os quais foi contratado, …).
Pedro respeita tanto o dinheiro dos contribuintes que declara querer gastar mais um milhão numa técnica experimental … sem que esta entretanto tenha apresentado quaisquer resultados. Conclui-se que para Pedro Fino: pode-se deixar furtar desde que se plante umas arvorezinhas …
Com isto conhece-se já o resultado final do inquérito de Amílcar Gonçalves … que provavelmente nem se iniciou.
Também se descobriu que Pedro Fino não lê o blog fenixdoatlantico nem o correiodamadeira, não se aconselha devidamente nem é cuidadoso. Se lesse ou fosse cuidadoso saberia que, de acordo com o artigo 33º da lei 58/2005 citado no artigo do DN:
“As medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica devem ser executadas sob orientação da autoridade nacional da água, sendo da responsabilidade:
- Dos municípios, nos aglomerados urbanos;
- Dos proprietários, nas frentes particulares fora dos aglomerados urbanos;
- Dos organismos dotados de competência, própria ou delegada, para a gestão dos recursos hídricos na área, nos demais casos.”
Como quase de certeza a alegada renaturalização é feita em prédios privados, o Governo Regional não tem nada que gastar lá dinheiro … e tem que pedir autorização para entrar nesses prédios. Mais ainda, entrar em prédios privados sem autorização é crime.
Se Pedro fosse cuidadoso, para além da inexistência de autorizações para entrada e execução de obras em prédios privados, muito provavelmente veria que não existe estudo hidrológico, nem hidráulico nem dos gabiões (logo, não respeita a engenharia). E que as espécies plantadas não foram sugeridas por nenhum biólogo.
Isto para ficar ainda mais interessante, segundo o DN, o Governo Regional andou a renaturalizar zonas que foram alvo de denúncias de extração de inertes (Ribeira de Ponta do Sol, Ribeira dos Bois, Ribeira da Metade e Ribeira Seca, pelo menos). Pedro faz as coisas à boa maneira Renovadinha: Dinheiro para os empresários, custos para o contribuinte!
Por fim, a história de renaturalização da zona montante dos açudes construídos pela própria SREI é estranha. Se a zona estava degradada, tal foi culpa da SREI que não impôs os condicionamentos necessários nem impôs o cumprimento do decreto-lei 46/2008 relativamente aos resíduos de construção e demolição.
Também tenho dúvidas que um engenheiro competente concebesse um açude e não previsse a salvaguarda as margens dessa zona, caso estas corressem risco, pois essas margens põem em causa a segurança e eficácia da obra. Mas Pedro é que é engenheiro. Não eu.
Sinceramente, a renaturalização nessas zonas cheira-me a aterro de terras… em que o lucro foi do empresário e os custos para o contribuinte.
Pedro, tal como Amílcar, deve achar certo enrocamentos quase verticais com mais de seis metros de altura … a jusante dos açudes da ribeira de São João, projetados pelo geógrafo que permitiu o furto de pedra durante anos. Se calhar para a Renovação permitir o furto é sinal de competência… ou de dedicação à causa laranja!
Esta situação, do enrocamento quase vertical, foi amplamente criticada no Correio da Madeira. Até professores de engenharia a criticaram no Diário de Notícias.
Pedro é que é engenheiro, não eu. Por outro lado, Pedro é Renovadinho e eu não. Desculpem-me, enganei-me, Pedro é uma Cabeça Renovada em cargo de Renovadinho … e eu não.
Texto e título enviados pelo autor. Ilustrações CM contidas no DN.