O madeirense vem mostrando que carece de humildade para crescer, para saber se entender com os outros numa atitude de sã convívio, de crítica construtiva, de participação com a sua parte para um entendimento e não de sobreposição com um pé em cima de todos numa mania incutida pela falácia do Povo Superior que lhe destruiu os neurónios do bom senso.
Paralelamente a esta generalidade, as novas gerações cresceram mal. De berço e numa condição de pais com a sua situação financeira melhorada. Cresceram apaparicados, exigentes, autoritários porque os país lhes quiseram dar tudo mas ainda queriam mais ao ponto de uns se tornarem ditadores e manipuladores e os outros, os pais, escravos da exigência tresloucada dos seus descendentes que começaram a acreditar que não há limites e que a educação não é para se usar. O ter mais do que o ser impera, o ter determina se é ser humano capaz de se integrar os gangues codificadas das novas gerações.
Do erro de educação e de formação, nasceu uma nova exigência na sociedade onde os mais novos arrastam os mais velhos mas ambos crescem escravos à sua maneira, para ter deixou de haver respeito pelos outros.
Nas escolas e nos trabalhos tudo vale em maus jogos para obter, nada se conquista, nada se tem com naturalidade, nada resulta da são selecção natural e adaptação de cada um às suas potencialidades. Tudo se obtém no degenerado jogo de imposição e da sacanice urdida em esquemas, da criação de de factos ficcionados, com pessoas que pouco importa se ficam umas contra as outras, se o resultado for obter um estatuto, um desejo, um bem. A maldade cresce e contamina escolas, espaços públicos, nas relações laborais e naturalmente chega aos partidos.
Os partidos possuem já país escravizados que se entalaram com a má educação e formação que deram assim como da sua descendência que já inferniza todos. É assim que temos no PSD Madeira um saco de pulgas de mata e esfola, onde os antigos que ainda ficaram aderiram à nova moda para obter rendimentos, onde os novos não querem saber da lei e da regra para subir e também querem dinheiro, tudo para obter o estatuto e os bens para alimentam o ter e não o ser. No PSD acabaram as relações de amizade e temos agora uma selvajaria onde tudo vale para se posicionar no maná do bem público. Num jogo de ora está por interesse ora não, porque não conta nem lhes afecta o estatuto no seio da manada de mal formados, o código de relacionamento com a unidade e a comunidade é de desprezo, é de uma amizade intermitente assente no obter. Os silêncios e ausências estratégicas, o fugir e o urdir pelas costas estão na base do sucesso dos maus e da sua associação no poder.
Mas os outros não estão melhores e sempre com base neste mau berço. Temos um PS onde uns se acham lesados por oportunismo político e outros consideram os que já lideraram politicamente retrógrados, contudo ninguém provou nada para além das sondagens mas cumprem o ambiente quezilento que sempre foi imagem de marca do PS regional.
No CDS voltamos à mesma história e, como em todos os partidos, todos querem muito e vão fraccionando sem entendimento a sua formação política que cada vez vale menos mas que a cegueira do ter impõe a ditadura de querer mandar. Todos se consideram umas estrelas. Todos cresceram num ambiente onde só existe princesas e príncipes. No CDS existe ódio visceral e de novo existem uns considerados oportunistas e outros lesados. até porque a democracia hoje em dia é considerada uma propriedade de uns que querem ou se instalam para sempre. A má formação e educação de berço de novo presente.
NA JPP tentam passar um verniz mas recentemente tivemos uma voz discordante, é um partido que tem medo de crescer talvez sabendo da natureza do madeirense e dos exemplos nos outros partidos, sem querer, com zelo pelo conquistado e com medo das ambições, não cresce nem ambiciona crescer porque não incorpora nova gente útil para novos desafios. A dúvida, o medo e a suspeita impera para além de ninguém querer perder o seu canto. A posse do poder e da democracia já se manifesta.
No Bloco de Esquerda subiu uma nova geração, os que foram ultrapassados estão com azia, tentam a todo custo eliminar o novo líder que por inacção comete o erro de se deixar minar, ainda por cima quando sobre este vão recaindo situações e suspeitas que o calar consente. Cegos, os perdedores vão minando, criando um gueto com acções à parte para se distinguirem mas também mostrando a divisão. Todos cumprem a falta de humildade dentro da Madeira Nova onde cresceram e ninguém, por bons modos, aceita a democracia participando onde ela determina.
O Partido Comunista é um partido de velhos com novos com os pés em cima. Os velhos também têm maus vícios, se isto sucede não significa que esteja melhor e com outros valores porque nesta sociedade disfuncional incrementa-se a separação de gerações. A sua votação é o que os de sempre dão e não acolhe novas tendências. É a antítese e o paradoxo do problema dos outros partidos.
Termino sem mais me alongar, acho que disse o suficiente para perceberem a ideia e não deixarem de ler, outro mau vício do madeirense que nada lê depois de um certo número de caracteres. São todos vedetas, lêem na diagonal, pressupõem tudo mas não sabem nada.
Estamos com uma atitude isolacionista de convencimento a acusar os outros e por azar estamos numa ilha com transportes inquinados, qualquer dia ninguém nos atura nem quer saber de nós, somos um povo de anões sem modos e a fazer ruído porque não crescemos. Houve lideres que nos afectaram muito o futuro.
Ó glória de mandar! Ó vã cobiça. Desta vaidade a que chamamos fama!
Luís Vaz de Camões