Trabalhadores madeirenses desvalorizados



É ano de eleições, bem sei, mas o que se passa na Segurança Social é surreal. Como é possível pessoas chegarem à Madeira e, sem terem efectuado qualquer desconto para a Segurança Social, terem direito a apoios financeiros e até a uma pensão social de cerca de 222 euros, se tiverem mais de 66 anos?

E como a pensão social é baixa ainda acresce todos os apoios que os residentes têm direito como se aqui estivessem estado toda uma vida com descontos contributivos? Curiosamente, como os valores são baixos ainda têm apoio para a medicação que pode atingir os 60 euros por cada 2 meses? E os madeirenses que trabalharam uma vida, como são tratados? Todos por igual?

Ao tratar todos por igual estamos a descriminar negativamente os madeirenses e a desvalorizar todo o esforço de uma vida de trabalho. Se o dinheiro que existe para apoiar é distribuído por todos por igual, os madeirenses ficam a perder, porque o apoio é distribuído por igual sem valorizar quem descontou para a segurança social.
E se existem despesas fixas domésticas são novamente tratados por igual e levam com mais um apoiozinho.

É justo para um trabalhador que desconte para a segurança social, no final da sua vida receber o mesmo que uma pessoa que vem para a Madeira sem qualquer desconto efectuado?

Isto para não falar da atribuição do rendimento social de inserção que ronda os 187 euros porque na Madeira ninguém pode morrer de fome. Mas pode-se morrer devagarinho com os nossos idosos a sobreviverem com uma reforma a rondar os 357 euros, após uma vida de trabalho e de descontos, mal remunerada.

Como é possível quem nunca descontou tenha direito a tanto facilitismo? E a tantos direitos?

Que incentivo estamos a dar aos trabalhadores e às empresas para efectuarem corretamente os respectivos descontos?

Está nesta decisão uma estratégia política podre de compra de votos? Porque tanto interesse em conceder pensão social, por exemplo, aos emigrantes madeirenses na Venezuela? Estamos perante uma antevisão de um círculo eleitoral dos emigrantes?
E os madeirenses que sempre viveram por cá, que descontaram uma vida inteira aceitam na sua velhice serem tratados desta forma tão desigual?

É melhor acordar antes que seja tarde demais. Existe dinheiro para isto tudo? E se existe, não é direito dos trabalhadores de uma vida com desconto terem uma reforma condigna? O que está aqui em causa é que usam o dinheiro público para fazer campanhas. Como já não convencem, compram os tapados e necessitados.
Há uma Primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!”