Quando vemos a perca de água potável registada na rede do Funchal (LINK: 63% da água some-se na rede) e as práticas terceiro-mundistas de lavagem dos passeios públicos (LINK: Varrer com água é uma ineficiência), começamos a pensar se a factura da água que a câmara recebe e paga não será maior do que aquela que envia e cobra aos seus munícipes. Fica a ideia de que a CMF é a principal interessada no custo da água como forma de atenuar esta gestão desmazelada de há alguns anos a esta parte (LINK: Câmara trava aumento do preço da água no Funchal). A CMF não estará em causa própria, o "maior consumidor", a baixar a sua factura entre o Deve e o Haver? Para que os seus próprios desperdícios não onerem a CMF? É evidente que tudo isto não resulta do envelhecimento da rede em 3 anos e meio, resulta do facto de obras debaixo da terra e com estradas abertas não conquistarem votos mas, é confrangedor ver perder 63% da água numa terra que já teve melhores dias de pluviosidade a alimentar os lençóis freáticos, a par do estudo das alterações climáticas nos dizerem que vamos ter um clima mais seco. Com os incêndios a destruírem parte do manto vegetal que cria o microclima que nos abastece de água é caso para dizer que andamos distraídos mas que a natureza, mesmo de passos lentos, ainda nos ultrapassa.
Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade".