Ano de cão

Foto Funchal Notícias Helena Mota/ LINK

Os chineses avisam desde o seu horóscopo que o nosso 2018 e parte do 2019 vai ser um ano de cão. Para os chineses o ano terá início no dia 16 de fevereiro de 2018 e vai terminar a 5 de fevereiro de 2019. Não estou de acordo.

O ano de cão começou no dia da eleição do Emanuel por causa do Cafôfo e acaba nas Regionais de 2019 e isto nada tem a ver com o horóscopo, tem a ver com os timings do governo e a sua mania de engana-parolos. Achavam que se metiam pelo povo dentro com inaugurações, beijos e abraços nos últimos 3 meses e os madeirenses ficavam de queixo caído. Com o alvoroço do Cafôfo perceberam que obra havia pouca e dinheiro nenhum, que os poucos expedientes resolvidos leva o Governo a fazer muitos beberetes sociais para acalmar as classes profissionais, que só para remontar a governo depois da remodelação leva quase um ano e as Direções Regionais estão paradas sem saber das suas competências, que a dança de tachos nos concursos mafiados fazem as pessoas estarem mais entretidas com o seu problema do que com o da governação, que só têm anúncios e culpas a Lisboa, que o Zé Vilão está numa clínica de desintoxicação na Suíça e a mulher borda para sustentar o vício do marido, que o Trombone anda com ele enfiado no traseiro desde as Autárquicas, que o blogue Renovadinhos a dizer bem do governo é de chorar a rir, que só aparece adversários do Albuquerque nas reuniões partidárias. Vai cá uma paródia! Como 4 anos ficaram curtos. Não é que o Cafôfo tenha a câmara organizada e a funcionar como um relógio, bem pelo contrário, aquilo também vai a passo de caracol mas tem outra presença e isso viu-se na inauguração da Penha de Águia onde meia cidade foi para ser vista e pertencer à nata de sucesso dentro do insucesso.

Onde está Cafôfo, Albuquerque apaga-se, o primeiro é exuberante, parece um franco atirador, acerta, o outro está pesado, cinzento, sempre a dizer as mesmas coisas. Se os dois forem um flop, o Cafôfo é um de sucesso, ele sente que está em boa onda. Para mim, pelo que se vê à volta, ou mantém esta união para ganhar e depois despacha ou então também vamos ter outros do tipo "Renovadinhos" por aí.

O que me trouxe aqui foi o ano de cão, é isso caro amigo, nós durante um ano vamos ter campanha, empurrões, aproveitamentos políticos, etc. Quem puder que vá aos programas da Antena 1 e ouça o programa Face a Face do último sábado, perceberá o que é um ano de cão e vai rir com o painel todo a trabalhar para o seu umbigo, isto se o Gil Rosa publicar, é que aquilo foi uma anedota.

Num ano de cão vai ser a cadela que se vai sair bem disto tudo, é a única que mete a pata na poça e sai com elegância. E agora quem é a cadela? A Sissi pois claro, há outra?

Tu sentado à tua mesa, Bebes vinho comes pão, Quem é que plantou a vinha? Quem é que semeia o grão? Lá no socalco da serra, Anda a cavar teu irmão, Debruçado sobre a terra, P'ra que tenhas vinho e pão. Para além daquela serra, P'ra que tenhas vinho e pão, Abrindo o corpo da terra, Dobra o corpo o teu irmão. Sua mão concha do cacho, sua mão concha do grão, Em cada gesto que faz, Põe a vida em comunhão.
in "Poemas Dispersos"