Sorvedouro Porto do Funchal: lota, gaivotas e falcoaria


Pede-me o digníssimo Correio da Madeira que fale do Porto do Funchal, que pitéu de levar na boca porque dela só asneiras poderão sair e não são coisa pouca. Por mim decido e já, para assuntos de rapina política é já pela falcoaria.

A pescadinha de rabo na boca da Madeira não é bem aquela situação meio complicada, que não se sabe por onde começar. A da Madeira é criada por políticos com segundas intenções, sobre tudo de criar rendas. Como assim? Então, uma renda perdura, é como receber a reforma todos os meses. O político vai para casa mas mesmo sem governar recebe. É preciso ser mais claro? As ribeiras do Funchal encheram de entulho mas, em vez de se tratar que não desça, reveste-se paredes e cria-se umas fozes sempre necessitadas de desassoreamento para o resto da vida. Camião para cima, retroescavadora para baixo, homem-máquina coiso e tal, 30% livre de impostos, que rica vida. É evidente que isto é de todo ficção, relato para uma peça de teatro.

A cabeça do governante não é para poupar é para facturar meu amigo. Ainda por cima com uma vista tão linda lá da Vigia, quem se importa com uma lota aos pés se aquilo estiver sempre a verter o "nauseabundo"? A pergunta não é como cortar, a pergunta é porque existe o serviço de falcoaria?

- Ahhh, é porque as bichas das gaivotas cagam a Pontinha toda.
- Interessante! E porque vêm elas para a Pontinha?
- Como todo bicho, à procura de comida.
- Não me digas que andam aqui por causa da lota?
- Claro que sim.
- Assine-se já a remodelação dessa Casa da Moeda.
- Mas senhor Presidente e os cruzeiros?
- Rua já com esses cagões de fumo, não os suporto!
- Mas olhe que dão bom dinheiro à região.
- Dinheiro que é miragem e não Vigia é como se não existisse.
- Senhor Presidente, isto não vai dar merda?
- Claro que sim, é por isso que assino, já o da novela dizia: - estrume de vaca vale muito dinheiro. Dá o de vaca e o de gaivota passa a dar também. Deixe comigo, eu falo fino no trilateral fundamental para o progresso intrínseco do porto e eles borram-se todos com a categoria do Presidente, não tem sorriso Pepsodente mas tem uma carapinha alucinada.
- E comunica-se à APRAM?
- Claro que sim, ela assina por baixo porque adora 6000€ por mês, mais as mordomias do Sósia.
- OK, portanto fica a lota, é só remodelar igual porque naturalmente não há espaço.
- Não! Não! e Não! Amplia-se e mete-se um hipopótamo a caçar gaivotas.
- Mas senhor presidente, o hipopótamo não se dá em água salgada e não voa.
- Voa! Voa! Vai um "Red Bull" dos meus e se ainda assim não resultar a caçadeira da Vigia faz milagres.
-Ai que isto vai dar merda ... 







A única crítica é a gargalhada! Nós bem o sabemos: a gargalhada nem é um raciocínio, nem um sentimento; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma. E no entanto é o único comentário do mundo político em Portugal. Um Governo decreta? gargalhada. Reprime? gargalhada. Cai? gargalhada. E sempre esta política, liberal ou opressiva, terá em redor dela, sobre ela, envolvendo-a como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, e cruel – a gargalhada! Política querida, sê o que quiseres, toma todas as atitudes, pensa, ensina, discute, oprime – nós riremos. A tua atmosfera é de chalaça".