Eram 7H00 da manhã quando tocou o maldito despertador que o fez acordar de um pesadelo horrível. Tinha que deixar de comer pizza com anchovas no Papa Manuel ao jantar!
Chovia lá fora e as gotas de água deslizavam pelo vidro embaciado por uma noite longa de insónias. Bocejou, espreguiçou-se, e a custo, levantou-se, ajeitou os coisos e cambleando para ajudar dirigiu-se para a casa de banho. Depois de verter as águas numa tilintada em Dó maior, sacudiu, bocejou, sacudiu outra vez, por causa do último pingo que é sempre da cueca e abriu a velha torneira ainda coberta por resíduos da pasta de dentes do dia anterior, sorriu para o velho espelho, e suspirou:
- Espelho meu, espelho meu, haverá sorriso mais bonito do que o meu?
Abriu o duche - como é careca não usa shampoo - e passou apressadamente água pelo corpo suado, limpou-se com a toalha cor-de-rosa que o António Costa lhe ofereceu. Depois vestiu-se, e saiu de casa. Já era tarde, e um político não tem tempo a perder!
Hoje era um dia de loucos! Tinha que tomar o pequeno-almoço com o Emanuel, uma entrevista na Antena 1, um encontro com o Diretor do Diário, outro com o do Jornal da Madeira, outro com um construtor da Calheta com grandes ideias para uma Madeira rejuvenescida e sustentável, e ao fim da manhã, uma reunião com um grupo de velhinhas caquéticas que o querem para presidente da Associação para a Liberalização da Cannabis.
Às 13H05 vai almoçar com o Trindade para trocar ideias sobre o Turismo, Economia, e PPPs. Às 14H32 marcou uma reunião importante com dissidentes do Bloco de Esquerda. Às 15H00 com um grupo de chorões do Partido Socialista. Às 16H30 com uns reles infoexcluídos do PSD. Ao lanche tem um encontro secreto com os dois últimos ativistas do Partido dos Animais. E ao fim da tarde tem uma entrevista no “Madeira Viva” com a boazuda da Sofia que aperta o bico como nos balões para apitar - ainda bem que se lembrou de pôr o perfume Old Spice!
E à noite, como a Raquel lhe tinha dado tampa, ia ao tal jantar prometido com a Rubina, assim como assim, mulher por mulher, ambas têm em comum de gostar de carne mal passada.
Enquanto conduzia para o Funchal, deu consigo a divagar sobre como toda esta azáfama política o excitava sexualmente. Excitava-o saber que tanta gente o amava e imaginava-se mascarado no meio de uma orgia rodeado por simpatizantes sadomasoquistas, que na sombra do estalar de chicotes, lhe prometiam votos em troca do simples prazer.
E foi assim que, ébrio de deleite, chegou em poucos minutos ao Funchal. Quando estava a estacionar no seu “Kiss & Ride”, despertou bruscamente do seu sonho com um SMS estranho do seu colega historiador Gil Canha:
-Vou-te F…! (*)
Perplexo, apagou a mensagem erótica, e antes de sair do carro, verificou se ainda tinha algum Viagra na carteira. Não vá o diabo tece-las e dizerem que a culpa é outra vez do Cafôfo.
(*) Por respeito aos leitores do Correio da Madeira, censuramos a ultima palavra, fica apenas a intenção!
Chovia lá fora e as gotas de água deslizavam pelo vidro embaciado por uma noite longa de insónias. Bocejou, espreguiçou-se, e a custo, levantou-se, ajeitou os coisos e cambleando para ajudar dirigiu-se para a casa de banho. Depois de verter as águas numa tilintada em Dó maior, sacudiu, bocejou, sacudiu outra vez, por causa do último pingo que é sempre da cueca e abriu a velha torneira ainda coberta por resíduos da pasta de dentes do dia anterior, sorriu para o velho espelho, e suspirou:
- Espelho meu, espelho meu, haverá sorriso mais bonito do que o meu?
Abriu o duche - como é careca não usa shampoo - e passou apressadamente água pelo corpo suado, limpou-se com a toalha cor-de-rosa que o António Costa lhe ofereceu. Depois vestiu-se, e saiu de casa. Já era tarde, e um político não tem tempo a perder!
Hoje era um dia de loucos! Tinha que tomar o pequeno-almoço com o Emanuel, uma entrevista na Antena 1, um encontro com o Diretor do Diário, outro com o do Jornal da Madeira, outro com um construtor da Calheta com grandes ideias para uma Madeira rejuvenescida e sustentável, e ao fim da manhã, uma reunião com um grupo de velhinhas caquéticas que o querem para presidente da Associação para a Liberalização da Cannabis.
Às 13H05 vai almoçar com o Trindade para trocar ideias sobre o Turismo, Economia, e PPPs. Às 14H32 marcou uma reunião importante com dissidentes do Bloco de Esquerda. Às 15H00 com um grupo de chorões do Partido Socialista. Às 16H30 com uns reles infoexcluídos do PSD. Ao lanche tem um encontro secreto com os dois últimos ativistas do Partido dos Animais. E ao fim da tarde tem uma entrevista no “Madeira Viva” com a boazuda da Sofia que aperta o bico como nos balões para apitar - ainda bem que se lembrou de pôr o perfume Old Spice!
E à noite, como a Raquel lhe tinha dado tampa, ia ao tal jantar prometido com a Rubina, assim como assim, mulher por mulher, ambas têm em comum de gostar de carne mal passada.
Enquanto conduzia para o Funchal, deu consigo a divagar sobre como toda esta azáfama política o excitava sexualmente. Excitava-o saber que tanta gente o amava e imaginava-se mascarado no meio de uma orgia rodeado por simpatizantes sadomasoquistas, que na sombra do estalar de chicotes, lhe prometiam votos em troca do simples prazer.
E foi assim que, ébrio de deleite, chegou em poucos minutos ao Funchal. Quando estava a estacionar no seu “Kiss & Ride”, despertou bruscamente do seu sonho com um SMS estranho do seu colega historiador Gil Canha:
-Vou-te F…! (*)
Perplexo, apagou a mensagem erótica, e antes de sair do carro, verificou se ainda tinha algum Viagra na carteira. Não vá o diabo tece-las e dizerem que a culpa é outra vez do Cafôfo.
(*) Por respeito aos leitores do Correio da Madeira, censuramos a ultima palavra, fica apenas a intenção!