Prevê-se mais problemas com os voos

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Enquanto se discute nas redes sociais o crescente número de cancelamentos de voos da TAP para a Madeira, com a Easyjet a reportar também alguns casos, os passageiros retidos em Lisboa e na Madeira não estão com boas perspectivas por duas razões. As tripulações da TAP continuarão curtas para os voos programados e o estado do tempo na região, neste início de semana, antevê vento que pode provocar a inoperacionalidade do Aeroporto da Madeira e dificultar mais a situação.

O protesto dos pilotos, através da greve às horas extraordinárias, estão a minar a solução precária que a TAP mantinha e onde crescia sem uma contratação capaz de acompanhar os desafios da empresa. Esta é a definição das "razões operacionais" que a TAP tanto invoca e que desde as 7:00 da manhã do dia 8 até à presente hora levaram ao cancelamento de 23 voos para vários destinos.

A partir de Março passado, esta situação tornou-se previsível quando o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil sugeriu aos pilotos da TAP que solicitassem o gozo de folgas em atraso e para não voarem nos dias de folga ou férias, por forma a pressionar a companhia aérea a aceitar uma proposta de aumento salarial. Apesar de tácito, a TAP invoca razões operacionais e evita confirmar que a situação resulta destas recusas.

Quanto aos passageiros, parecem ser a forma de poupança da companhia neste imbróglio. Lamentar e fugir às responsabilidades de apoio, no alojamento e alimentação, perante os cancelamentos são a continuação da irresponsabilidade que não quer custos. Só a TAP tem culpa fazendo fé numa programação precária.

Por outro lado, é por demais evidente que a TAP tenta resumir o problema a uma dimensão nacional no caso da sua frota de médio curso que afecta a Madeira. A TAP agudiza o problema no âmbito interno provavelmente para manter a sua reputação internacional, facto observável na lista de cancelamentos. Outra situação clara está nos alojamentos, no fim da sua resistência perante as evidências, a TAP entrega vouchers de alojamento cabendo ao passageiro a responsabilidade de escolher a unidade hoteleira, quando a situação está a lotar os hotéis em Lisboa, já de si muito concorridos pelo boom turístico. Assim, a companhia tem menos uma responsabilidade e trabalho, sabendo que provavelmente o passageiro terá dificuldade em encontrar alojamento e que poderá ser distante e oneroso nos transportes.

O Governo Regional da Madeira manifestou, bem mas impotente, o seu desagrado junto das companhias afectadas pela situação, TAP e Easyjet, devido ao "cancelamento sucessivo" de voos nos últimos dias, especialmente porque o regresso de férias da Páscoa e de finalistas aumentar o problema dos retidos.

Parece que vale a pena prevaricar, estes episódios eventuais ocorrem num ano económico sempre com tarifas caras e justificadas pela lei da procura e da oferta. As pessoas retidas, se por um lado recebem alguma alimentação e alojamento, ficam depois sujeitas às remarcações nas tarifas disponíveis pagando a diferença, isto se a companhia não tiver o bom senso de não ganhar dinheiro com uma situação que provocou.