Amuos

A minha alma ficou parva com a justificação dada pelo Presidente do Governo para a não atribuição da tolerância de ponto no dia 12 de maio, por ocasião da visita do Papa Francisco à Madeira.

Miguel Albuquerque afirmou não fazer sentido na Madeira a tolerância porque não temos continuidade territorial, explicando que só se justificaria caso os madeirenses tivessem a possibilidade de ir a Fátima.

Das duas, uma: ou vivi toda a minha vida enganada e afinal não sou portuguesa, ou subconscientemente reconhece que o seu Governo não fez o suficiente pelos madeirenses para garantir o princípio da continuidade territorial, designadamente não garantindo um ferry para a Madeira e definindo um sistema de mobilidade aérea deficitário.

Subjugar o poder da minoria sobre as maiorias é deturpar a essência de um sistema democrático.

Vivemos num país maioritariamente católico e, como tal, negar este facto é negarmos a nossa forma de ser. Num país maioritariamente muçulmano, as regras são definidas seguindo a lógica da religião muçulmana. Porque um país maioritariamente cristão não pode assumir a lógica da sua religião?
Papa já está em Portugal


Quer-se um Estado laico no respeito por todas as religiões, mas deseja-se e aspira-se um Estado respeitador dos valores do seu povo que, no nosso caso, é maioritariamente cristão.
É, por isso, que a tolerância de ponto concedida pelo Governo Socialista de António Costa foi muito bem atribuída e respeita os princípios e valores do povo português.

Mas o que todos se estão a esquecer é que esta teimosia de Miguel Albuquerque em não atribuir a tolerância de ponto deve-se ao facto de ter amuado porque na hora em que os jornalistas lhe fizeram a questão ocorriam os testes aéreos de combate aos incêndios.

Este finca-pé de que aqui “mando eu” de Miguel Albuquerque ficou-lhe muito mal e obrigou a justificações “injustificáveis”.

Veja lá se controla essa sua inteligência emocional, ou será preciso criar um curso para aprender a ser Presidente?
O costume português é deixar-se tudo em palavras mas palavras que são bolas de sabão deitadas ao ar para distrair pequeninos de seis anos.”