A vergonha é nenhuma



Diz-me com quem andas ...
Diz-me quem escolhes ...

As escolhas definem a seriedade, bajulação ou capacidade de observação. Escolher é subjectivo, cada um valoriza e desvaloriza o que considera. A partir daí as massas geram a opinião pública sobre as escolhas, é uma nova análise. A opinião da maioria define o acerto e é superior à verdade oficial que pode ser fabricada ou honesta. Todos livres fazem a sua parte e assim da livre expressão e da escolha das maiorias exercemos a democracia.

Os Jornais vivem no fio da navalha, mais ainda numa região curta de publicidade disputada por demasiados. Só acontece por vontade de controlar a opinião pública, mais do que ganhar dinheiro. Vivem entre o serem rentáveis para pagar ordenados ou explorar as notícias com investigação e contraditório. Costumam dizer que no meio está a virtude mas, há outros casos sem bom senso.

O Jornal da Madeira da era Jardim foi submisso e a sua credibilidade estatelou-se. Existia porque era "rentável" à sombra do erário público. Veio o JM para ser diferente, promessa de Albuquerque, quando se consumou a estrutura viu-se vendida a preço de chuva com um pacote acertado de receitas. De borla e subsidiado. O negócio foi desastroso tal como as ribeiras pelas mãos de Sérgio Marques.

Não é novidade para ninguém que este JM, o Jornal desta feita do Miguel, apesar de noutro formato, tem a mesma submissão e isso vê-se quando querem ser mais papistas do que o Papa. Aquela sondagem da Ponta do Sol nas Autárquicas foi um marco. O JM é disfarçado mas a executar o seu calendário de conforto financeiro, querendo parecer sóbrio, criativo, independente mas há momentos em que tudo fica claro. São os momentos da cobrança, onde o Jornalista, a Redacção ou o gestor que vendeu o Jornal da Madeira, esteve nas Sociedades de Desenvolvimento e já está de novo no JM definem a burla burlesca de que somos alvo enquanto contribuintes.

Numa semana completamente desastrosa para Pedro Calado, pela maneira como encara as condições de trabalho, e pelo Subsídio de Mobilidade; na exacta semana em que um senhor fere os interesses da Madeira para ser mais um vendido ao serviço do Sousa e das causas perdidas do PSD-M, o JM brinda-nos com estes destaques. A vergonha é nenhuma, o descaramento é total e o JM define-se nas horas criticas o mesmo Jornal da Madeira de sempre. Submisso e fretista.

Mas não é único, a RTP-M não consegue disfarçar a opinião exclusiva de um loby, à entrada e sem contraditório para salvar a pele de outro que atenta contra os interesses da Madeira nos portos. Hoje, no DN, a senhora dos portos (que assina por baixo todas as agressões do mesmo loby) aparece querida na sua face solar, radiante e quase poeta. São todos uns anjos e malvados serão os que disserem a verdade. E tudo isto não tem concertação nenhuma de interesses a dominar a comunicação social.

Que 2019 seja um ano consagrado à limpeza dos armários com todos os tipos de esqueletos, a Madeira precisa de respirar, vou já colocar uma velinha a Santo Amaro.


Se escrevem verdades e são anónimos
é porque não desejam ser comprados.