Manuel António estende a mão a Albuquerque


Nos meandros do PSD Madeira corre célere a informação de que emissários de Manuel António são porta-vozes da ideia de juntar as hostes numa altura em que as sondagens privadas dão péssimos resultados ao partido laranja.

Com militantes seus a migrar para o CDS após a aproximação de Cafôfo ao PS, parece claro que qualquer avanço ou alteração da conjuntura indica o claro divórcio dos madeirenses com o PSD-M.

Enquanto independente, Cafôfo tem vencido numa conjuntura especial, própria das  autárquicas, onde grupos  de cidadãos  podem concorrer em coligações às suas freguesias e concelhos. Cafôfo recebeu votos de protesto e revolta de muitos social democratas. Nas Regionais, Cafôfo terá que escolher um partido para apresentar a sua mais do que certa candidatura e optou, como sabemos, pelo PS e ficando em aberto outros apoios partidários, provavelmente pós eleitorais, porque todos querem saber quanto valem. A opção pelo PS levará à retracção de muitos social democratas, apesar de não estarem com Miguel Albuquerque, devido a manutenção do divisionismo que provocou no seio do PSD-M para pontificar uma Renovação mal preparada para as tarefas de governação.

A ideia de Manuel António é de, perante as indicações claras de fraqueza da Renovação que contagiam todo PSD, ir com listas conjuntas que unam o partido contra um "inimigo" comum. A situação, apesar de lógica, evidenciará uma série de injustiças, ostracizações, perseguições, afastamentos e desvinculações que sucederam na ala chamada de "os antigos" onde muitos  não se sentem já bem vindos ao PSD. Estas situações mal resolvidas com as outras listas das internas são o grande calcanhar de Aquiles de Albuquerque, bem observado nas Autárquicas. Apesar de aparentemente ser uma opção que aumenta o número de militantes a votar PSD irá revoltar muitos, o mandato partidário e de governo de Albuquerque foi de total afastamento e arrogância das bases antigas do PSD que não perdoam o desaforo. Interpretam que só agora desejam a sua presença e união por aflição das elites na caça ao voto e não por sincera opção. Não estão dispostos a ser "enganados" de novo.

Este episódio segue-se à entrevista dada por João Cunha e Silva ao Diário de Notícias da Madeira onde esclareceu a sua total disponibilidade para apoiar Miguel Albuquerque nas Eleições Regionais em 2019. A situação interessa aos dois porque João Cunha e Silva é tido pelas "carpideiras" do PSD nacional como o candidato ao Parlamento Europeu pela Madeira como prémio de Rui Rio pelo seu apoio nas internas, até porque está comprometido com uma lista vencedora e não pela compensação de derrotas. Rubina Leal ficaria apeada da promessa que lhe foi feita, caso perdesse a CMF, por haver directrizes nacionais. Albuquerque que não apoiou Rui Rio terá que se juntar à ideia para não parecer desautorizado.

As sondagens privadas estão a trazer a necessidade de muitas elites em posicionarem para não serem responsabilizadas pela possível passagem do PSD-M para a oposição. Esta mais valia eleitoral, com apoio de adversários das internas, é a possível goradas que foram as soluções para a substituição de Miguel Albuquerque à frente do PSD Madeira. Resta entregar toda a solidariedade e aguardar pelo veredicto dos madeirenses.