Estranho, muito estranho, que hoje o Diário de Noticias traga na sua 1ª página a noticia que o Ministério Público vai investigar o Concurso Publico Internacional do Ferry, quando no seu interior informa apenas que o Grupo Sousa pondera apresentar queixa, o que é algo muito diferente. Será jornalismo de excelência?
Estranho, muito estranho, que o Jornal da Madeira, detido pelo acionista ACIN, que por coincidência, é a fornecedora da plataforma eletrónica de compras públicas, anuncie factos que deviam ser confidenciais e limitados aos cinco elementos do Júri. Acusar a ACIN é demasiado simplista e fácil quando se sabe que muitos membros habituais de Júris de concursos do Governo Regional têm as passwords de acesso dos certificados de segurança dos seus superiores hierárquicos, com o agravante, de algumas passwords permitirem ver o conteúdo de outros concursos. Será que alguém está a utilizar inadvertidamente a password do Sr. Vice-Presidente?
Estranho, muito estranho, que o Sr. Presidente e o Sr. Vice-Presidente anunciem já o cumprimento de uma promessa, quando o Júri ainda está a analisar se a proposta cumpre, ou não, as Cláusulas do Caderno de Encargos. Já foram pedidos eventuais esclarecimentos? O Relatório Preliminar já foi elaborado e publicado na plataforma? O concorrente já se pronunciou? A adjudicação já ocorreu? E tudo isto vai ser feito em 8 dias? Há qualquer coisa aqui mal contada!
Com tudo isto, já tenho pena dos desgraçados dos membros do Júri que vão assinar de cruz e que devem estar a ver a sua vidinha a andar para trás, porque, de certeza, que o Tribunal de Contas não vai deixar este concurso passar ao lado.
Estranho, muito estranho, que o único concorrente não queira tornar pública a sua proposta. Será que tem alguma coisa a esconder? Era uma proposta a brincar? Seja o que for, mais tarde, ou mais cedo, saber-se-á.
Estranho, muito estranho, o silêncio inocente do Partido Socialista da Madeira sobre tudo isto. Sempre que se fala no Ferry, o Paulo Cafôfo finge-se de morto! O que é que o PS sabe, que mais ninguém sabe?
Um silêncio pode por vezes ser a mais cruel das mentiras.
Stevenson , Robert