O teatro da política


Há uns frustrados que falharam na política, na opinião e na governação que usam o contencioso da Autonomia (só a Madeira) para mascarar as suas insuficiências e a podridão que roda no poder com o dinheiro que administra. Acham que a Madeira deve, para que possam manter os seus interesses, marcar passo ao sabor dos seus desejos. Na falta de melhor é só apelo à honra e ao regionalismo estéril que nos empobreceu. O tempo que passa é algo mortal porque define a certeza de que não jogam a favor do povo mas com os timings de serem convictamente lobistas ou interesseiros com a necessidade de parecer uns queridos para serem reeleitos.

Querem a continuidade territorial para serem bem vistos mas metem logo com um "controlo de fronteira". O "contencioso da Autonomia" garante o "chega para lá que isto é meu" e o outro é teu,  não pode haver continuidade territorial. Quando os "culpados" esgotam a paciência e vêm esclarecer cabalmente, a continuidade territorial desvanece-se e nem há sítio para dialogar. Por sorte não havia nesse dia uma consulta para cortar as unhas dos pés. Há que manter a todo custo a estratégia, única, que pode maquilhar tanta incompetência.

Há por aí muitos vendidos que zelam pelo seu exclusivo interesse e querem manter o PSD-M num poder que nos está a matar. Criam-se e sobrepõe-se organizações e instituições para controlar politicamente, só para gerar confusão e serem alimentadas pelo poder para aniquilar as outras que francamente defendem pessoas e profissionais, não os políticos.

Entregam-se concessões para calar alguns que, do dia para a noite, mudam de opinião, o que atenta à inteligência dos sãos. Infiltram-se bufos e provocadores para destruir instituições que defendem mesmo os madeirenses. Prometem-se tachos a elementos da oposição para concertar uma estratégia com vários tentáculos. Alimenta-se os ódios pessoais que nenhum interesse tem para o povo e do qual já se pronunciou claramente. Sujam-se e aniquilam-se bons profissionais. Entregam-se valores ridículos para comprar as pessoas e não colocar a Madeira a funcionar. Fazem-se arraiais com a saúde na quinta do poder mas não se compram as necessidades básicas e empregam-se profissionais porque o privado vai abrir. É-se contra pastores e criadores de gado mas logo se despeja o vil metal para contentar por tempo suficiente para obter o voto. Há muito por dizer mas não me quero alongar. Confio num eleitorado cada vez mais esclarecido mas, sobretudo sofredor, que sente na pele o que conto e que são muitos mais do que os outros que se vendem.

O PSD-M está a comprar com sabotagem a sua reeleição. Não deu certo com Rubina mas pensam que agora é diferente porque o poder regional cai sempre nas mãos do PSD-M. Deve ser mesmo muito bom ser poder para tanto desvario financeiro. O madeirense que se lembre que usam dinheiro seu, que estão a fazer dívida aos madeirenses, que já há muitos antecedentes e que vive mal porque só lhe dão circo, nunca a devolução dos rendimentos que tanta falta fazem em casa. É só ver pelo que passam os professores, estalou o verniz e o secretário mostra o que é mas, há muitos mais.

Tudo está muito bem mas o povo quer-se pobre para se comprar por teta e meia nas suas fraquezas mundanas de sobrevivência. Estejam atentos aos que foram comprados e de como as simuladas conquistas não mudam nada no essencial. O pobre, pobre ficará, o rico, rico financiará a troco de mais riqueza, a que alimenta o sistema. Não acredite em quem subitamente é carinhoso consigo depois de 3 anos de lobismo para pagar as suas dívidas e esconder a dos outros.

É tempo de roupa suja, esteja atento à lista das suas compras, detergente não pode faltar.
Que escrúpulo pode ter uma mulher em beijocar um terceiro entre os lençóis conjugais, se o mundo chama a isso sentimentalmente um romance, e os poetas o cantam em estrofes de ouro?
Eça de Queirós/ "Os Maias"