Créditos: foto de Rui Marote obtida neste LINK |
Na cegueira do seu interesse, muitos confundem a árvore com a floresta, no caso da comunicação social estamos a generalizar a imagem de um ou outro peão com a instituição.
Isto vem a propósito de alguns deputados municipais na CMF, no seu direito, terem votado contra uma medalha ao Diário de Notícias. Em cabeças bem estruturadas, a acusação vai aos actos e não às pessoas porque está no acto as consequências, o indivíduo é um veículo. É verdade que existem indivíduos maus mas, se entrarmos por aí, a discussão está perdida porque entra no subjectivo e só a denúncia ao acto pode permitir o xeque-mate.
O Diário de Notícias é secular, por ele já passaram imensas pessoas, com categoria ou com falta dela. Imagine-se que em 1800 e troca o passo alguém tinha ferido de morte o DN, o que teríamos hoje? Outro JM desta vez dos lobbies da hotelaria? Ninguém adivinha as consequências de ir pela máquina do tempo e alterar o passado mas já escrevi o suficiente para distinguir os peões que fazem fretes ou trabalham em causa própria daquilo que é a instituição e o interesse público.
Quando Alberto João Jardim recebeu o Cordão Autonómico o que se condecorava? A acção política de um indivídeo com exageros, erros governativos, má educação e perseguição ou o indivíduo que se dedicou durante anos à causa da Madeira, bem ou mal? É uma boa discussão. Eu diria que pela variedade de cabeças que pensam, cada uma da sua forma e valorizando o que entende, nasceu uma ideia predominante. O cordão foi concedido. É que nisto também vai por maiorias e a democracia ainda é o melhor modelo apesar de cada vez mais acções erradas.
"O que dizer do JM que, até agora, ...
ainda não apresentou as suas contas ao público
para vermos o quão dependente está
do Governo Regional ..."
Temos que distinguir o jogo limpo e beneficiá-lo. Podemos não concordar com muita coisa no Diário de Notícias mas se cumpre os preceitos legais e se expõe permite-nos emitir juízos de valor. O que dizer do JM que, até agora, com graves indícios de subjugação e calendário político, ainda não apresentou as suas contas ao público para vermos o quão dependente está do Governo Regional para subsistir? Isso faria-nos avaliar melhor as acções de todos aqueles escolhidos a dedo que tornaram o JM outra vez Jornal da Madeira.
A verdadeira comunicação social, chamada de quarto poder, tem a capacidade de informar e com ela estar na base da correcção da actividade política que não se realiza na ALR por interesse dos que lá estão.
"... está na comunicação social o controlo, a denúncia
e a correcção do exercício do poder."
A "máfia no bom sentido" nunca esteve de tão boa saúde apesar de ter medo do seu fim parcial. Se vemos os políticos vendidos às suas causas e emprego, está na comunicação social o controlo, a denúncia e a correcção do exercício do poder. Estejamos certos de que não há medo no poder se não houver contrapoderes de um jornalismo livre e independente quando suspeitamos dos poderes executivo, legislativo e judicial.
A 21 de Dezembro de 2017, com votos a favor dos deputados do PS, PSD, BE, PCP e PEV (e votos contra do CDS e PAN) na Assembleia da República, foi aprovada uma alteração à lei do financiamento dos partidos políticos. Foi à porta fechada sem debate público. Hoje, na Madeira vemos um lobby a comprar todos os partidos para manter o seu negócio que suga e empobrece a Madeira. Já domina dois meios de comunicação social sub-repticiamente. Está na apresentação pública de contas a única forma de avaliar o que a lei permite por cegueira e conivência das portas fechadas. Ataquemos as acções dos peões, são elas que fazem a história das instituições.
Já repararam que com um governo tão incompetente e de aparências o debate transferiu-se da Assembleia Legislativa Regional para a Assembleia Municipal? E já repararam a natureza do debate? Não há projectos para a Madeira! O PSD está a diminuir e a transfigurar instituições com os seus peões e está mostrar ao eleitor como dispersar o voto para não lhe permitir governar em despesismo, ou seja, replicar a Assembleia Municipal na Regional.
Não gosto de dar entrevistas porque a minha memória é um filme e não um ficheiro."