Tadinhas das vítimas

Recorte do Planeta de hoje no DN local
O DN anda melodramático, acho que simplesmente a Madeira não estava habituada à massa crítica e á liberdade do mundo civilizado, até se esqueceu dela na era da informação.

O caciquismo que amedronta, atacando as necessidades básicas das pessoas, perante uma falta de oportunidades galopante que são absorvidas por inteiro pelo partido de elites no poder, é o ponto de partida do CM. A ele está associada a mentira e o falso sucesso, a riqueza de uns e a pobreza de outros.

A Madeira bloqueou, tanto que depois de falida a Autonomia tornou-se refém das culpas em Lisboa para não dizer a verdade. Não há dinheiro para nada além do betão e tachinhos aos amigos. A gestão é de mais dívida. A factura aparece sempre.

O que é verdadeiramente dramático, com 40 anos dos mesmos, é serem todos tão santos e haver raras condenações e ainda ocorre uma "beatificação" concretizada pelo Cordão Umbilical Autonómico. Ninguém lhes toca neste filme pornográfico, tudo geme mas ninguém penetra.

Quando o embevecimento do poder tomou conta da administração pública regional com ostracizações, concursos à medida, perseguições, alterações de orgânicas de serviços, a inserção de amigos para tachos incompetentes quando a administração pública está em falência de quadros técnicos, que não investe em meios, é pena que não haja um "sexta às nove" regional, entre outras do género, que pesquisam melhor do que as autoridades oficiais, muitas delas também no gamelão do sistema.

Não há um rasgo de inovação, sobretudo de jornalismo de investigação, o raro que aparece vem desses gajos responsáveis pelos males da Madeira a que designam de continente ou Lisboa,. A Madeira anda no binómio do ora não fazem nada ora têm culpa de tudo, usado sem pudor mesmo em argumentação antagónica ao sabor do conforme dá jeito que vai esvaindo e desaparecendo com a Autonomia.

Vítimas. Engraçado, vítimas! A melhor situação para a pena e a benevolência que leva ao perdão dos sacanas, para a desculpa e as conversas sobre educação que desviam a responsabilidade. Se há lugar a verdadeiras vítimas elas estão no povo anónimo que seguem as regras e padecem dos resultados dos que não as seguem.

Vítimas dos despesistas, dos ardilosos, dos que fogem aos impostos, dos que obtém concessões onde o GR obtinha lucros, dos que comem manipulando o erário público, dos que obtém autorizações que outros não conseguem, dos concursos para o que quer que seja; vítimas são os que não têm as borlas nem salamaleque de alguns que com o cartão de crédito do Governo fazem a vidinha toda e o ordenado fica limpo na conta; vítimas são os que vêem mentiras incríveis pela TV, programas e programas, textos e textos de total promiscuidade com os interesses instalados; vítimas da promoção de idiotas sem categoria para fazer a vez e não molestar o sistema; vítimas são os que pagam os erros governativos e as relações políticas de vingança e retaliação.

Ser vítima da verdade e do humor é uma coisa deveras desgraçada com tanto lucro.

Vítimas são os que não se organizam para enfrentar umas elites que se estão a CAGAR para o povo, querem é chegar ao cargo para fazer a sua vidinha. Se colocar a jeito daquele sistema que dá acesso a tudo, enriquece e faz tráfico de influências.

O CM é um contributo para a emancipação do povo, à cidadania, à denúncia, à opinião pública. Contributo àquele povo que, na falta de oportunidades, se cega em distracções para ocupar o tempo sem ver ou ouvir porque depois lhe sai mais caro em medicamentos para a depressão. Citado, zurzido, denunciado, enxovalhado ... enxovalhado só o povo todos os dias! Mas, adoramos a crítica, quando sairmos dos eixos desanquem. Comigo estão autorizados, sou desbocado mas nada que se compare com uns que andam pelo CM mas, que são viciantes por isso mesmo. A linguagem da liberdade é fixe, inala-se como ar fresco.

A ilha estava a precisar dum espaço que acabasse com a ditadura da verdade oficial que ecoa em jornalistas vendidos, passivos, acomodados, interesseiros, colaborantes, jeitosos, omissos, fretistas ...

Viva o humor, o sarcasmo mas sobretudo a verdade. Não aparece ninguém a desmentir? Algum medo? Já era altura do sistema ter algum medo nem que seja para trazer de volta a decência a esta terra! Essa infernizada todos os dias pelo cinismo e espertismo de alguns sempre vencedores que amarram o povo curto pelo ordenado mínimo ou recibos verdes. No CM sai a verdade, já era uma ofensa a malta estar calada com medo de perder o emprego ou ser perseguida.

Tadinhas das vítimas, podemos aumentar a dose para mudar o lado dos coitados, o POVO !

Fica uma palavra de esperança, que não seja da boca para fora, no mesmo Diário! A verdade liberta ... parece que é o que andamos aqui a fazer!
Achei por bem abusar das citações hoje, cá vão para pensarem, por Luís Sttau Monteiro:


"Os degraus da vida são logo esquecidos por quem sobe a escada… Pobre de quem lembre ao poderoso a sua origem… Do alto do poder, tudo o que ficou para trás é vago e nebuloso"

"... a sabedoria é tão perigosa como a ignorância!"

"Não sou, e nunca serei, popular. Quem o for, é meu inimigo pessoal."

"Quem é mais feliz: o que luta por uma vida digna e acaba na forca, ou o que vive em paz com a sua inconsciência e acaba respeitado por todos?"

"Todos somos chamados, pelo menos uma vez, a desempenhar um papel que nos supera. É nesse momento que justificamos o resto da vida, perdida no desempenho de pequenos papéis indignos do que somos."

"São tantas as portas que se nos fecham, que acabamos por ter medo das que se abrem à nossa frente …"

"Quando os justos estão presos, só os injustos podem ficar fora das cadeias"

"Há homens que obrigam todos os outros homens a reverem-se por dentro …"

"Só acredito em duas coisas: no dinheiro e na força"