Segurança aérea negligenciada no Porto do Caniçal ?

Foto APRAM
A concessão da exploração das operações portuárias na Madeira ao pertencer ao oligopólio do Grupo Sousa tem abusos verdadeiramente incríveis. É um dos negócios mais ruinoso para os cofres regionais e dos bolsos dos madeirenses, que o Jardinismo alimentou e a renovação insiste em manter. Utiliza propriedade pública e equipamentos públicos mas o lucro é sempre 100% privado. A OPM enquanto empresa deveria ter deontologia própria à parte de pertencer ao oligopólio para que estas análises pudessem ter ressalvas de profissionalismo mas, nem isso.

Um dos exemplos mais gritantes foi a candidatura do operador a fundos para instalação de painéis solares que servem para produzir energia que será utilizada para manter os contentores frigoríficos em funcionamento quando estão no porto. Com o que deve ao GR não encontrou nenhum impedimento. O governo regional dá tudo!! Mas o lucro é só para uns, neste caso até a EEM ficou a apitar.

Os exemplos da degradação das instalações e equipamentos amplamente divulgados (noticia da CDU nos portos) são vergonhosos e atingem o cúmulo de serem inclusive utilizados como meio para prejudicar a pouca concorrência que a linha da Madeira ainda tem. O passado dia 6 de Março foi apenas mais um dia entre tantos outros, onde esta máxima é levada ao extremo pelo Grupo Sousa:

17:00 horas - Chegada do navio Lagoa do operador Transinsular (concorrente).
As operações de descarga do navio começam com as únicas duas gruas móveis de movimentação vertical disponíveis (poderiam ser três mas a terceira encontra-se avariada desde Fevereiro).

18:00 horas - Chegada do Navio Funchalense 5 do operador Empresa de Navegação Madeirense (Grupo Sousa).

As operações e equipamentos de descarga do navio Lagoa são totalmente desviadas para servir o navio Funchalense 5. Sem justificação além do facto do "Dono Disto Tudo" exigir que todos os meios sejam aplicados nos seus navios.

Todos os outros esperam e não há regras de chegada, simplesmente pára tudo primeiro os Sousas logo que cheguem! Esta atitude levou a que o navio Lagoa fosse obrigado a utilizar as suas próprias gruas - mais limitadas - para a conclusão da descarga. O Grupo Sousa tem literalmente a chave da casa de banho do Caniçal, e faz questão de chantagear com isso toda a concorrência que possa aparecer.

Mas pouca vergonha não se ficou por aqui, e no meio da carga do Navio Funchalense vieram 12 cisternas de JET A-1 (combustível para aviões) para o Aeroporto da Madeira, para remediar o problema do petroleiro, que foram "jogadas" para o meio dos restantes contentores parqueados - o habitual de quem costuma fazer o mesmo com as cisternas de gás (link para texto da Gaslink).

Após intervenção da Polícia Marítima, lá o operador mudou a localização das cisternas para a ponta do cais sul do Porto do Caniçal (o cais que apresenta danos estruturais) ficando sem qualquer vigilância.

A gasolina para a aviação, JET A1, não é uma qualquer desde logo porque mantém os aviões no céu. Seu trato da produção até a utilização deve respeitar várias regras desde logo manter as suas características e qualidade sem contaminação. O mesmo que o Gás Natural já sobejamente abordado.
Terá a ANA ou mesmo APRAM conhecimento destes procedimentos? Com tanta preocupação com a segurança aérea, serão estes procedimentos de armazenagem infalíveis a qualquer curioso que se aproxime por mar com más intenções? A constante procura pelo lucro fácil, com investimento zero, em mercado monopolizado, é desculpa suficiente para o desleixo?

As conversas de Albuquerque, com o permanente adiamento na resolução do problema dos Portos da Madeira vai com 3 anos de mandato sem cumprimento da promessa. A sua extensão até ao limite eleitoral visa segurar Eduardo Jesus na Assembleia, do qual depende a maioria do PSD-M? Para depois apresentar algo difícil de se perceber na prática no fim do mandato? É bem capaz de ser um "embrulho eleitoral" a calcular pela influência negativa do Grupo Sousa na situação do ferry e pelo que se vê na gestão dos portos.