O silêncio de Cafôfo e a verborreia de Albuquerque


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Paulo Cafôfo resolve tudo ficando em silêncio, enquanto teve uma imagem imaculada resultou mas, com o acumular de suspeições, é outro que quando acordar terá a folha feita, tal como Miguel Albuquerque.

Na campanha eleitoral, na má hora da árvore do Monte, nas contrariedades em geral, Paulo Cafôfo deixa falar e acredita que as pessoas que estão fartas de tanta verborreia politiqueira tenham discernimento. Era uma posição que podia usar mas que passou a sobranceria crescente porque tem de prestar contas ao povo. Costumam dizer que quem cala consente, cada vez mais. O registo mudou, ou altera a estratégia ou seus inimigos indisfarçáveis, como Gil Canha, começarão a ganhar total razão.

Por outro lado, Paulo Cafôfo não pode ficar calado e sem compromissos proferidos pela sua boca para chegar a Presidente do Governo. Parece que quer fazer o contrário de Albuquerque em 2015 que prometeu para se "matar" em 2019. Não bastam entrevistas montadas com declarações vazias, estudadas para serem assim. O eleitorado não vai passar cheques em branco para fazer o que quer e entende, ainda por cima com um lobby já por sua conta. Esse mesmo povo que confia ter discernimento nas suas más horas também sabe que não há líderes vazios.

Procuramos um líder não um fingido. Paulo Cafôfo não vai repetir a desordem provocada por vereadores mal formados e incompetentes agora numa versão de governação regional. Se não sabe gerir os meios humanos da sua câmara, como vai tomar conta de uma "máquina" muito maior, composta por gestores dos momentos políticos, por gente que não sabe lidar com os funcionários e com serviços que não se agilizam no Governo Regional?

Paulo Cafôfo tem andado na crista da onda mas e obra? Gestão? Não chega a parte financeira com um bom vice que até nos deixaria mais bem servidos se estivesse no seu lugar. A salubridade, a recolha de lixos e a gestão das horas, os jardins, os derrames de água, os troços de estrada em condições horríveis, etc? Falta substância na governação de Paulo Cafôfo na câmara. Não chega pagar a dívida. Até pode não ser obra física mas pode ser obra de gestão de todos os meios que lhe confira a categoria de líder indiscutível. Não se vê.

Concluo que o silêncio não é uma estratégia mas uma ausência de resposta, uma falta de argumento que evita o debate. Não há líderes assim. Paulo Cafôfo também enveredou pelas festas e pelo circo, se tudo isto é igual a Miguel Albuquerque, que queremos despachar, porquê votar em si?

Quanto a Miguel Albuquerque é muito mais fácil de descrever. É um indivíduo queimado em quem já ninguém acredita ou deposita confiança, que o seu partido vai ter que levar a candidato porque o caos é tal que dificilmente alguém quererá se imolar por ele numa contenda altamente desfavorável ao PSD-M. Albuquerque vai se entretendo, se metendo pelas pessoas dentro, mandando bocas, tirando selfies, fazendo festinhas, etc. Miguel Albuquerque mostra a sua inquietação pela permanente sensação de ter que falar, se justificar e de conduzir a interpretação do povo mais ao seu jeito.

Se antes havia Jardim durante décadas, difícil de se ganhar, agora temos tudo para ganhar e não há políticos de jeito. A vida é bem madrasta para alguns, houve líderes que nunca deram o salto porque tapados por uma era de sucesso, agora levavam isto com uma perna às costas. O momento está inverso, fácil de se ganhar mas não temos ninguém de jeito.
É o coração que faz o carácter."
Eça de Queirós