Tudo a nu


Vamos ser claros à moda do CM. A Madeira é um cantinho especial no país, um lugar muito complicado com quem ninguém se quer meter ou sujar. Quanto mais se berra deste lado, menos nos ouvem fora e isto deve-se ao facto de não termos cara limpa. Nós porque se não limpamos andamos a acumular a imagem dos nossos políticos.

Nos negócios e fundos comunitários a promiscuidade é total. Dirigidos, encaminhados, foi ver aquela entrega de cheques há pouco tempo na Vice-Presidência. O ARMAS é um belo exemplo, ninguém aparece na Sicília do Atlântico e ganha o monopólio para meter o armador que já fez as viagens. Porra, mais um beija-mão cínico para minar a solução e deixar os contentores à vontade naquele antro que é o Porto do Caniçal.

A justiça está vendida ao PSD Madeira porque vêm para aqui ganhar estatuto e subir nas carreiras. Passam o tempo sem exercer onde podem ficar ostracizados, estõ a bem com o poder e de preferência a meter cunhas para também alavancar o resto da família. Por isso muitos preferem os advogados e justiça do continente. Todos os gajos e gajas (para contentar o bloco) que vêm do continente sabem como se portar bem e são uns chulos.

O jornalismo está vendido na sua maioria, os jornalistas querem ser assessores e lambuzar os seus donos, o poder e todos aqueles que lhes podem comprar a capacidade de tornar pública uma boa imagem para seu proveito. Os jornais estão feitos com as negociatas do Governo porque não há maneira de sobreviverem sem uns bons fretes ao melhor cliente. Uma no cravo e outra na ferradura num tenebroso relacionamento no "fio da navalha" para uns e de "jornal oficial" para outros.

A opinião pública é dócil porque a maioria zela pelo ordenado para sobreviver. É assim, com isto e muito mais, que na Madeira há falta de escrutínio. Neste antro não há jornalismo de investigação como no continente. Imaginem a quantidade de coisas que estão aqui por descobrir mas isso não dá dinheiro, o que dá é ser conivente com o poder. Estamos num faz de conta do jornalismo q.b. Uma no cravo outra na ferradura, transviado, omisso, com palavras esotéricas quando chega perto do risco.

Na Madeira faz falta a verdade, tantas vezes escamoteada. Falta a justiça, de todo tipo. Falta dar lugar à competência e acabar com este 100% de cunhas que cria uma máquina pesadíssima de incompetentes que recebem ordenado. Na Madeira falta competência e concorrência, ninguém pode mostrar brilho próprio sem se queimar.

Já temos uma ideia, isto precisa de levar uma grande volta porque está preso a meia dúzia depois de décadas a armar a cilada perfeita que amordaça os madeirenses com o circo. Por isso escrevo no CM, porque escrutina como ninguém, porque não precisa de publicidade para estar vivo, diz-se o que nos apetece dentro de algumas regras (menos o inarrável ****** do Lúcifer que faz um papelão).

Andam muitos irritados a dizer que só dizemos mal, estão bem ****** com essas estratégias de silenciamento porque o escrutínio vai continuar, deviam era ter vergonha na cara. Com o CM não vão pegar os esquemas de amordaçar.

Estou impressionado CM, sim senhor, no Sábado (23 de Junho) bebia café no Funchal quando despertei para as minhas redondezas, vi que ao meu lado estavam dois rapazes a rir, um dizia "o nível de insanidade destes gajos faz-me passar vergonhas" e eu pensei com os meus botões ... Governo Regional. Fiquei curioso mas não queria dar bandeira, queria olhar para o telemóvel deles discretamente, enquanto esperava por novas pistas sobre o que era. Aproveitei-me do acto de beber a bica e percebi que era o púrpura denunciador do CM. Eu estava descansado porque largo forte mas não dou azo a brincadeiras. Há outros com um jeito fantástico na plataforma para uma coisa que não sei bem o que é, à parte dos textos fortes de conteúdo e análise, há uns ******* de uns gozões que entre sátira, paródia e humor parecem um buldozer a terraplanar.

Só quero dizer isto ao CM, a fórmula está certa, só é preciso duas coisas, que as pessoas percam o medo e entendam definitivamente a plataforma do Correio da Madeira, há muito gajo que não está habituado ao escrutínio de análise e humor que no continente se sente. Aqui acham que fazem tudo impunemente, cada vez mais denunciado e ninguém levanta a voz. A segunda situação a reportar é que devem apostar numa app melhor, a maior parte das pessoas lê por telemóvel. Qualidade de texto e humor acho que são de primeira só precisam de ainda mais variedade. Vamos a isto, vamos endoidecer toda gente.
Ao menos o aldrabão, através das palavras que nos deixa, pode ser analisado e confrontado. O calado, em contrapartida, está protegido. Não tendo falado, não mentiu. Mantendo o silêncio, não induziu ninguém em erro. E, caso tenha induzido, a culpa obviamente não foi dele ..."
Miguel Esteves Cardoso