CM - Comunidade Musculada

Ilustração "Inferno" obra do Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa


Na nossa Região Autónoma, só de nome, onde certos espertos jornaleiros - os ditos "encartados"  - se acham os donos da verdade e criticam informações verdadeiras publicadas no Facebook ainda não perceberam que este não é uma ameaça mas uma ferramenta. Quantas vezes, eles próprios, se socorrem no trabalho informativo de imagens e vídeos gratuitos de pessoas que querem contribuir desinteressadamente? O Facebook trouxe a cobertura total ao milímetro e ao segundo, o dever da classe "jornaleira" é estar ao lado da verdade e da seriedade jornalística, abandonando a moda da invocação do plágio que remedeia as suas impotências. 

Muitos dos ditos cujos jornaleiros só escrevem o que interessa omitindo por vezes a realidade, jogando sempre como diz o velho ditado "uma no cravo outra na ferradura", assim ficam bem com todos para não correrem riscos e  quando precisam de uma "cunha" para um tachinho para a mulher, irmão, primos e demais família, têm sempre as portas abertas e com direito a umas palmadinhas nas costas por aderir à "causa". Alguns desses beneficiários, fazem inclusive figuras ridículas em programas televisivos falando com propriedade sobre ética, moral e deontologia. Revolve as entranhas.

Nesta ilha quem é frontal e verdadeiro é apelidado com o pejorativo de "comunista" ou indiciado por andar a desestabilizar, usando as palavras do Presidente do Governo, sem plágio, " Olho da rua com os que andam a fazer ondas".

Encenação do Auto da Barca do Inferno numa escola
Os ditos "encartados" sabem muito bem como funciona o sistema e não devem criticar os que usam por vezes o anonimato sabendo que não existe democracia partidária na ilha das bananas, há é medo da perseguição, das vinganças dos DDT e dos Lacaios do PSD, isto é uma realidade. O favores que recebem do poder foi em anonimato. As grandes riquezas sustentadas pelo erário público têm origem no anonimato, com tanta podridão que existe mostrem-me casos de sucesso da justiça, outra vez o anonimato. Quando aparece o antídoto que inverte o medo e persegue a promiscuidade, aí todos os beneficiários de jeitos e benefícios querem nomes para abater e prosseguirem seu caminho. Essa era creio que acabou.

Quanto as publicações, acompanhadas por frases ou títulos dos jornais, fotos, etc, é simplesmente ilustrar verdades (com créditos) que os "encartados jornaleiros" escondem ou disfarçam com palavras caras e floreados. Não é usar o trabalho dos outros porque o que há mais no CM é criação e criatividade. É isso que custa mas não podem dizer, fazem novamente floreados para atingir objectivos obscuros. Brincamos a sério, o humor fere com muitas verdades.

Cada um joga com o que tem, pois nem todos têm subsídio do governo e carro com condutor à disposição para correr a ilha a reportar e a fotografar meias verdades, onde possivelmente ainda recebem cesura na redação porque os nossos meios de comunicação regionais  pertencem aos DDT.

Estamos nesta situação desgovernada e sem rumo devido, em parte, aos jornaleiros agachados e submissos. Matéria para trabalhar há muita com este GR, onde prevalece a incompetência, a falta de respeito pelos cidadãos e onde há muitas "pontas soltas" que ninguém une. Parabéns Eça por esta peça!

É evidente que se as  noticias fossem devidamente esclarecedoras e verdadeiras, sem censura, este GR já tinha caído há muito tempo. Daí provém a compra de parte do DN para intimidar e controlar e a venda por 10.000 do JM a outros grupos de interesses. O Facebook tem seus defeitos mas foi nele que nasceu a Primavera Árabe e onde as pessoas contribuem para avisar quando algo corre mal. O Facebook também esclarece e põe a nu as verdades que alguns não gostam.

O povo está saturado de políticos, banqueiros e empresários que os exploram pela calada e ainda deixam o calote para pagarem, tudo em anonimato, perante uma justiça ineficiente que tropeça em si mesma. O CM é a Comunidade Musculada do Povo Saturado, com criatividade e nível.
Nós Somos Vida das Gentes

Sempre é morto quem do arado 
há-de viver. 

Nós somos vida das gentes, 
e morte de nossas vidas; 
a tiranos pacientes 
que a unhas e a dentes 
nos têm as almas roídas. 
Pera que é parouvelar? 
Que queira ser pecador 
o lavrador, 
não tem tempo nem lugar 
nem somente d'alimpar 
as gotas do seu suor. 

N'ergueija bradam co'ele, 
porque assoviou a um cão; 
e logo excomunhão na pele, 
o fidalgo, maçar nele, 
atá o mais triste rascão. 
Se não levam torta a mão, 
não lhe acham nenhum dereito. 
Muito atribulados são! 
Cada um pela o vilão 
per seu jeito. 

Trago a prepósito isto, 
perque veio a bem de fala. 
Manifesto está e visto 
que o bento Jesu Cristo 
deve ser homem de gala. 
E é rezão que nos valha 
neste serão glorioso, 
que é gram refúgio sem falha. 
Isto me faz forçoso, 
e não estou temeroso 
nemigalha. 

(excerto) 
Gil Vicente, in 'Auto da Barca do Purgatório' 


Nota: escrito por um português da Madeira com alma e "desencartado" mas, com os "ditos" no sitio.