O dedo na ferida.



Já todos reparamos que depois de publicado no CM os assuntos aparecem na agenda política, tanto do partido do poder, como da oposição. Significa que, acima de tudo, colocamos o dedo na ferida, e isso preenche-nos o ego.
Sem falsas modéstias, e depois do CM bater forte e feio na oposição, foi bom ver o renascer de muitos dos políticos chamados da oposição. É bom ver um Emanuel Câmara menos preocupado com o Arroz de Lapas e mais apoquentado com o estado da Economia, do Turismo e consequentemente com o estado da população. É bom ver um Partido Socialista renascido e a aprender. É bom ver um Bloco de Esquerda renovado e mais ativo. É bom ver um CDS finalmente a pensar por si. É a democracia na sua essência.
Mas antes que alguém duvide da independência dos meus textos, que fique esclarecido que já votei CDS, PSD e não sou, nem militante, nem simpatizante do Partido Socialista mas votei Cafôfo nas últimas eleições Autárquicas porque simplesmente me apeteceu. Não é isto a democracia? Votar, sem convicções partidárias e sem medos, naquilo em que mais se acredita no momento?
Que fique claro que não conheço pessoalmente o Cafôfo, nunca falei com ele, e só o cumprimentei uma vez no âmbito estritamente profissional. E então a questão que se pode colocar é porquê acreditar em alguém que não se conhece minimamente?
E alguém conhecia minimamente o Miguel quando votou nele? E se afinal o Cafôfo no poder for uma desilusão igual ao Miguel? E se afinal o Cafôfo for um oportunista mentiroso rodeado de outros tantos oportunistas à espera de tacho? E se afinal Cafôfo for um crápula mentiroso? E se... e se... e se...
Infelizmente o povo tem  memória curta. Durante 40 anos votamos consecutivamente nos mesmos que inquinaram a democracia, que destruíram a economia e nos colocaram à beira da falência. O que é que pode ser pior? E porque não dar uma oportunidade de 4 anos a outros, sejam eles quem forem? Será que alguém consegue fazer pior do que isto?
Ao Partido Socialista, ao Bloco de Esquerda, ao CDS e a outros partidos mais pequenos, cabe agora criar a credibilidade que nunca tiveram na oposição. Cabe agora às pessoas inteligentes desses partidos ceder nos antagonismos e concordar no que é importante.
O povo já não quer saber se os partidos são de esquerda, centro, ou direita, laicos, ou de natureza cristã, querem é mudança.

PS: Como forma de regozijo, ficamos a saber que o CM é como o TINTIN, é o mais lido pelos políticos madeirenses dos 7 aos 77 anos