Só de arranque os dois
são governados pelos seus Vice-Presidentes, mais sorte tem o Cafôfo que não vai
à parede com a trela curta do Miguel Silva Gouveia, já Calado tem maus
antecedentes e parece que só sabe estabelecer uma estratégia subordinada aos
chulecos do betão. Ele anda feliz neste temporal, nem é preciso justificar, ajuste directo já para a semana. Enquanto bibelot, o Cafôfo é mais fácil de limpar pois as superfícies são lisas, já Albuquerque acumula muito pó.
Mas prossigamos, Cafôfo e
Albuquerque só trabalham com uma parte dos militantes (seguidores para um) que professam as suas
ideologias, só Cafôfo não sabe todavia que partidos lhe vão fazer as vénias. Vai ser giro tanto oposicionista do PSD Madeira a fazer o jogo deste partido porque não gostam que gente como eles tenham sucesso, é melhor ser o PSD porque já estão acostumados.
Albuquerque é um
psicadélico quase epilético, é um ataque que dá quanto menos se espera e borra tudo
com as frases mais inconvenientes. Nalgumas vezes basta uma palavra, por
exemplo, quando profere "controlado", é capaz de disparar a
preocupação no povo, o Diabo vem a caminho. Cafôfo é mais comedido e mais certo
mas também vai repetindo com pouco para mostrar, não requenta como Albuquerque
coisas antigas para parecer que são de agora mas carrega duas ou três vezes no
mesmo de forma espaçada para ocupar a falta de trabalho.
Albuquerque não tem
substância, é tópicos com bom teatro, nada mais, caso contrário a governação
teria outro desfecho e não tinha sido destituído na prática. Albuquerque é o
show off, o relações públicas, bom para mandar bocas e encostar o ombro, quando
tem equipa vai brilhando, quando não tem é um zero à esquerda. Cafôfo em boa
verdade é mais ponderado mas pouco se sabe sobre as ideias que tem, a não ser pelo seu acólito presidente
da congregação socialista que definiu já, por ADN, a paternidade do arroz com lapas. Uma estratégia com fim se a GNR numa
operação stop levar as lapas, protegidas e normalmente ilegais, é comer só o arroz ... malandrinho.
Outra comparação possível
entre Cafôfo e Albuquerque é a falta de jeito para escolher gente, com
estrutura maior, o caos de Albuquerque chama-se Renovadinhos, a de Cafôfo é só
danças, mudanças, confianças, conforme o toque conforme a dança mas e para
quatro anos o que vai ser e com quem? Sai uma Renovanças? A malta está tão farta que fulmina.
Tanto Cafôfo como
Albuquerque têm quadros para governar mas não querem, não usam, com tanta gente de parte ainda
nasce um novo partido e limpam os dois. Ambos rejeitam a mesma qualidade, um
já experimentou o resultado do orgulho e da soberba, outro creio que vai a
caminho. Um agora está a precisar de votos, quer união à força, outro quando perceber
que precisa de mais gente para formar uma vitória e um governo vai encontrar
outros tantos que não aderem nas aflições eleitorais. Os bons momentos para a
ponderação são os da serenidade e parece que os dois nunca assentam a cabeça para ver mais longe.
As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
“Ganharás o pão com o suor do teu rosto” Assim nos foi imposto
E não:
“Com o suor dos outros ganharás o pão”
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoais–lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem
"As pessoas sensíveis", Sophia de Mello Breyner Andresen
Nota: o CM que perdoe o Diabo esta manhã, aquilo foi de coração na boca, precisamos dele. Sophia