2019: as eleições dos partidos pequenos


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Paulo Cafôfo desconhece a natureza do seu sucesso até aqui, a composição de interesses e objectivos que cada eleitor deposita no voto e que lhe deram os resultados eleitorais. Ao modificar a percepção dos eleitores sobre si está no máximo a tentar manter o resultado mas não a crescer.

Paulo Cafôfo vive numa convicção, a de que só existe governos de maioria absoluta para gerir a seu belprazer com uma Assembleia Regional de gente a passar o tempo e a auferir bons ordenados. Como até aqui, agora na sua vez. Esta ideia executiva é resultado das sucessivas décadas de maiorias absolutas e isso consegue-se bipolarizando. Ou eu ou eles. Se estão fartos deles votem em mim.

A bipolarização resultaria se Paulo Cafôfo estivesse numa situação diametralmente oposta da que criou nas semanas mais recentes com a sua colagem aos lobbies. Os mesmos que a população anónima está farta de aturar, sustentar e sentir agressões. Parece existir uma situação do foro do poder que se convence que é uma manifestação de força ter lobbies ao seu lado. Errado, são os eleitores que votam.

Paulo Cafôfo em vez de dizer ao eleitorado, ou eu ou eles de cara limpa, apresenta-se como um sucedâneo, como se nada tivesse aprendido com a experiência da Renovação que disse umas palavra fortes na campanha de 2015 e que acabou por vestir a pantufa dos lobbies e desfrutar do momento. Para o PSD-M, 2015 foi a última oportunidade com origem numa disputa interna que de certa forma credibilizou. 

A última oportunidade não é só para pessoas e partidos, também o é para a conjuntura de que a Madeira padece. A última oportunidade foi para pessoas, estratégias e modelos. Isto significa que se Paulo Cafôfo decidiu perfilar pela estratégia e pelo modelo lobista está tão na mira dos eleitores madeirenses como Miguel Albuquerque, sofrerá do mesmo castigo.

Mudar as moscas não chega. Com esta explicação é claro desvendar que os social democratas sem interesses, aqueles ostracizados por idoneidade, francos no desejo de defender a Madeira, deixarão de estar ao lado de Paulo Cafôfo. Com tanta maioria absoluta passada em sede da social democracia, Paulo Cafôfo não sabe que depende deles? Temos um novo indivíduo que volta a insultar os valores técnicos e mobilizadores.

Paulo Cafôfo denota fraco conhecimento da sociedade civil e dos valores aí escondidos, silenciados por falta de oportunidade mas altamente mobilizadores por terem a confiança dos eleitores. Falar de sociedade civil e se entregar aos mandaretes e peões dos lobbies é um contra-senso.

Paulo Cafôfo esquece que também há governos de base parlamentar, como a do seu amigo Costa na República. Basicamente a solução que a democracia oferece aos eleitores que não desejam mais do mesmo, um "concurso público" predestinado onde vencem os lobbies nas eleições.

Paulo Cafôfo entrou para a surdina mortífera que derrota o PSD-M, a que experimentou nas últimas autárquicas desdobra-se agora para Paulo Cafôfo.

O povo está cansado de ordenados miseráveis ainda por cima descontados para pagar as dívidas passadas na mira de vindouras. É que há dinheiro para meia dúzia, os lobbies, mas não há para o povo que vota. O problema desses lobbies é que para além da postura errada de controlo do orçamento regional enfermam de avareza, querem tudo.

Um Governo Regional zela pelo bem estar do povo e trata dos bens e serviços públicos, estar ao serviço de lobbies é uma disfunção eréctil que precisa de ser tratada. O povo não vota em soluções iguais com pessoas diferentes, no ora agora mamo eu, ora agora mamas tu.

A única coisa que Paulo Cafôfo está a conseguir convencer os madeirenses é de que com a fome que aí vai nos apaniguados da bipolarização, ainda teremos os lobbies a juntar as duas partes num bloco central regional fruto do desespero de todos. Há lata para isso em todos os que estão na bipolarização.

Por isso digo: - vamos lixar os esquemas! Votem nos pequenos, nas boas pessoas, nos valorosos, nos que constroem algo e não só deitam abaixo, nos que mantém a postura sem se vender por mais enxovalhados e perseguidos que sejam. Credibilizem quem não enche folhas de tretas porque só trabalham para notoriedade e o encaminhamento dos eleitores rumo as soluções que os satisfaçam. Agora é a hora do povo e é preciso dar uma grande lição a todos estes ardilosos que nos tentam meter um colete de forças eleitoral.

Logo que na ordem económica não haja um balanço exacto de forças, de produção, de salários, de trabalhos, de benefícios, de impostos, haverá uma aristocracia financeira, que cresce, reluz, engorda, incha, e ao mesmo tempo uma democracia de produtores que emagrece, definha e dissipa-se nos proletariados.