Os falsificadores da realidade

Começamos a ter nós cegos na realidade regional, situação que acontece quando os acontecimentos ultrapassam as narrativas de gente, por norma bem instalada. Que querem continuar assim mas que só pensam em si e da maneira que lhe dá jeito quando um dia, por mero acaso, chegam ao estatuto de povo e percebem que foram uns egoístas e reclamam do que eles próprios construíram.

Miguel de Sousa é um caso enigmático. Pertence à família do loby dos portos mas porque está em missão na China e no papel de administrador da ECM desanca nos fretes marítimos que lhe oneram a actividade tanto na importação de matéria prima como na exportação. Até sabe as contas de cór. A piada é que Miguel de Sousa enquanto ex-vice-presidente da Região com mão na matéria (a par do falecido colega Pereira de Gouveia) nunca alteraram absolutamente nada e, se acaso os partidos da oposição acusarem e desejarem levar avante uma iniciativa que vise alterar a situação dos portos, vai engrenar na disciplina de voto e ir contra aquilo que agora pensa. Não é de se levar a sério um indivíduo destes, é um situacionista e um oportunista. é prestar atenção como baterá palmas às intervenções do Pau-de-Cabinda quando defender o Sousa "fretista" pelo prisma que também lhe dá jeito, o de deputado porque de empresário foi à vida ...

Se adicionarmos só um Luís e obtivermos Luís Miguel de Sousa, temos um indivíduo que quando entrevistado fala como empresário idóneo sobre temas onde aplica o rigor de como tudo deve ser mas que, assim que sai do estúdio, torna-se de novo no mesmo sabotador da Madeira que pretende Governar sem passar por eleições. Estando com o monopólio na área dos portos, que tudo condiciona na Região, ele sabe que toda a actividade económica da Madeira lhe deixa uma boa margem através dos portos, muito melhor do que gerir um CINM porque, no primeiro, é uma actividade totalmente legal com preços exorbitantes que depois, através das suas empresas de navegação, evita o pagamento de muito IVA através das empresas de navegação. O dinheiro não precisa de se branquear sob qualquer fórmula que implique passar pelo CINM. Naturalmente, este senhor não paga os seus próprios fretes e prospera na excepção. Por este bem-bom vale bem a pena, nesta hora de Regionais, gastar uns "amendoins" a comprar partidos, a oferecer dinheiro para campanhas, a enfiar candidatos e mentores. É assim que Luís Miguel de Sousa é militante do PSD-M, controla o pensamento e usufrui já de acordos com o Cafôfo e financia e mete candidatas no CDS.

Vivemos numa ilha de mentira, os que de alguma forma se tornaram poderosos, todos eles à nossa custa através do Orçamento Regional ou por licenciamentos, adjudicações, explorações, etc, que não pagam nem deveriam acontecer, porque os governantes deveria zelar pela boa receita da região e melhorar as contas públicas. Todos estes beneficiários da Madeira Nova contam uma história fora e outra cá dentro. Basta ver a postura de Pedro Calado no continente quando confrontado com a realidade (só devem conhecer 65%) com aquela verborreia que acompanha o discursos do PSD-M, sobretudo do seu amigo e ex-sócio Albuquerque, que para esconder o resultado de um mau mandato só inventa culpas para os outros e mantém a atenção sobre eles. Albuquerque e Calado não têm obra alguma, distribuem dinheiro pelos amigos e deixando favores por cobrar, mantém da fidelidade por interesse e não reestruturam nada, é ver os portos e os transportes. Não era preciso muito dinheiro para este mandato, era só meter a máquina da região nos carris certos mas o mesmo cinismo dos dois visados também vão sair bem da vida no melhor dos dois mundos.

Temos muita gente sem palavra, sem idoneidade e hipócritas. Muitos fazem as aberrações e escondem a mão. São cínicos, aldrabam e vivem sempre da excepção. Há muitos a dizer o que lhes convém e não a verdade. O meu amigo acredite no que vive e passa, o resto é treta.

Eu vou votar num partido pequeno em Setembro para não me arrepender. Ainda não decidi qual, só sei que vai ser um que de certeza não me defraude por estar comprado ou por se deixar embevecer pelo poder e fazer como os outros ... se esquecer do eleitor e do povo e ainda nos gozar na cara.