As cólicas do grande líder!!


“Coisas” do chato do Alberto João
Jornal da Madeira, Opinião | 27/08/2018 

Porque se levantaram um conjunto de vozes a dar vivas porque o grande líder falou, apetece-nos colocar um pouco de pensamento em sentido contrário para que a democracia se sinta honrada.

"Há uma falta de consciência sobre as derrapagens que a vida colectiva está a sofrer na Europa, em Portugal, na Madeira.
O Relativismo mergulhou a União Europeia num vazio de Valores, de Pilares, de Referências.
Nalguns países agravado pelos respectivos sistemas educativos, os quais trouxeram a superficialidade, a menorização do técnico-científico, o facilitismo."

Por respeito à idade, pelo esforço que colocou na manutenção da autonomia da região e pouco mais, permitem que leia com alguma compaixão o que escreve Alberto João Jardim. Nada mais. Pois o que acima seleccionamos aplica-se claramente ao sistema regional que durante mais de 40 anos liderou e participou na construção da Europa que tanto critica como se fosse um simples cidadão. 

Veja-se, por exemplo, este pequeno extracto da wikpedia, sobre Alberto João Jardim:.
"Alberto João Jardim é ainda membro e ex-vice-presidente (2000-2001) do Comité das Regiões da União Europeia. É presidente honorário da Cimeira Europeia das Regiões e Cidades. É fundador e membro da Assembleia Regional Europeia e foi vice-presidente do Partido Popular Europeu. (...) Foi o presidente da Conferências das Regiões Periféricas da União Europeia, entre 1978 e 1996, da qual é agora presidente honorário. É membro-fundador da Assembleia das Regiões da Europa, a cujo Conselho já pertenceu."

Como pode alguém que durante dezenas de anos fez parte desta elite de governantes europeus escrever assim como se não fizesse parte do sistema durante anos a fio. Ou então andou por lá a fingir... a custa do povo. 

Como pode alguém que sempre usufruiu a fartazana dos fundos comunitários para sobreviver politicamente, possa agora escrever numa linha muito próxima de Donald Trump e  defender que os EUA pagam o processo de defesa da Europa, esquece que a defesa dos EUA depende da democracia e capacidade de a Europa absorver os milhares de emigrantes que encontram na Europa um lar e se tornam consumidores dos produtos dos EUA mantendo assim um equilíbrio geoestratégico e económico. Não menciona, ou finge não saber, que a Alemanha e a Italia países que perderam a II guerra mundial ficaram sem exército (e bem) durante dezenas de ano assim se mantiveram, assinando o  tratado do do atlântico norte para garantir a nua neutralidade bélica e poder desenvolver a industria e a recuperação económica da Europa que alimenta zonas mais pobres como portugal e as suas regiões autónomas.

A defesa é um bem comum do mundo ocidental com clara vantagem para o comércio dos EUA e o desenvolvimento que a Europa seus aliados beneficiaram.

"A civilização europeia fenece por causa de certa visões demagogas, líricas e economicistas que defendem a superficialidade e o facilitismo como única maneira de, na aprendizagem, suprir as diferenças de preparação entre os filhos das classes médias e das mais favorecidas, e os filhos dos mais economicamente desfavorecidos!..." 

Perante este pensamento, basta substituir "A civilização europeia (...)" por "A Região Autónoma da Madeira fenece (...) " e tudo se encaixa na perfeição no contexto em que se vive actualmente nesta região e com a sua liderança e do seu partido.

O discurso do coitadinho que faz refer~encia no seu artigo é claramente aplicável ao discurso da vitima do colonialismo que usa e abusa. Se é um democrata respeite a escolha do povo e trabalhe junto do seu partido para que o seu amigo Rui Rio não faça acordos com o PS esse inimigo da autonomia e faça parelha com o dandy Santana Lopes. Uma Aliança oportunista é sempre melhor do que uma trela do monhé. Pois a caravana não pára, caro Alberto João Jardim.

"Continuamos sem os candidatos ao Governo Regional esclarecerem o MAIS IMPORTANTE PARA O POVO DA MADEIRA: Ideologia da governação; mais Autonomia Política; responsabilidade histórica do Estado ante a dívida pública regional; cumprimento pelo Estado dos Princípios da Continuidade Territorial e da Subsidiariedade, do respeito pelo nosso domínio público, e das suas responsabilidades financeiras constitucionais nos domínios Saúde e Educação; apoio às pretensões da Madeira nos órgãos da UE."

Os candidatos ao Governo Regional!!??? Afinal já temos aqui uma crítica a falta de ideias e pensamento estratégico à todos os candidatos, incluindo Miguel Albuquerque. Já era de estranhar que o ressabiamento da derrota interna não viesse ao de cima. O seu fingimento de que ultrapassou a derrota interna está cada vez mais difícil de disfarçar. Os seus delfins estão acomodados e há que salvar os tachos e que o ministério público continue distraído no rectângulo.

"É que o investimento inadiável da Região em Saúde e Educação, foi superior ao montante financeiro que o colonialismo chama de “dívida da Madeira” 
(...)
"Quem me conhece, sabe que sempre fui pelo Ensino totalmente gratuito, embora então vivendo outras prioridades e sem dinheiro. Não poderão negar aos meus Governos a generalização do ensino conseguida a todos os níveis, e respectivas infrastruturas.
Isto é diferente do que vir agora ousar defender um sistema educativo que é péssimo. Como não pode servir de manobra para, conforme os sindicatos comunistas, lesar o ENSINO PRIVADO, inclusive o RELIGIOSO, anti-democraticamente não lhe estendendo tal gratuitidade. Ou ser mais uma manobra para não exigir à República Portuguesa que cumpra as suas obrigações constitucionais."

Sobre este assunto a história regional contemporânea é clara, a região assumiu a regionalização destas duas áreas. Na Saúde, a propaganda divulgou ajudou a a vender o melhor sistema de saúde do mundo que deu de ganhar a lobbies empresariais somas astronómicas do erário publico. Na Educação com o argumento do desenvolvimento (mais graças à acessibilidade) centenas de professores e de alunos serviram um bando de oportunistas (sociais democratas, socialistas e comunistas), alimentou-se uma máquina de delírios pessoais, criando caciques locais que a lei da vida e a demografia vem repondo com alguma justiça. Com a crise (infelizmente graças a esta) a verdade sobre os dois sistemas ficou a nú. A divida tarda mas não perdoa.

"De resto, continuarei a não entrar nas vulgaridades e nas mediocridades que vêm fazendo pirosa a actual paroquialidade em que se afundou a política madeirense." 

Esta critica é algo surpreendente , vindo de quem vem. Em cada freguesia existia uma sede do PSD e nas campanhas em cada esquina um comício popular, lembram-se? Isto só merece um comentário: é cuspir no povo que elegeu o PSD durante décadas. Agora é IN dizer mal do povo e das particularidades de cada paróquia? Quando no mesmo artigo elogia o povo de São Jorge por ser diferente. 

As elites criaram "os filhos do papá" que estão no poder e não sabem como subir a vereda, entrar nos becos, confraternizar nos bairros sociais e falar ao povo. Esta é a grande verdade. Alberto João Jardim, ensinou a oposição ao PSD como se ganham eleições. Pior para o PSD renovado que ficou deslumbrado e viciado no poder, mas precisa de dealers para lhes fornecer. Os lobbies maus fornecem quem paga mais. O Costa sabe disso também. Azar.

"Terceiro, quem deveria andar em cima disto tudo, não seria eu, mas a direcção do PSD/Madeira ou a Oposição na Câmara do Funchal, dada a progressiva degradação do Município, de que a Opinião Pública se vem queixando."
Rubina Leal e seus "muchachos" terão muito que orar (trabalhar não sabem) para não cair nas garras de verdadeiro e grande líder. O destino está traçado. O ressabiamento pela derrota nas internas é visceral. Dá a volta as tripas de Alberto João Jardim... mais não digo. Ele precisa de um laxante. Mesmo que se chame Cafofo. 

"Quarto, não percebo a situação da Câmara anterior ser pior do que a de agora, quando então o diário hoje condecoradamente recompensado pelo actual e devotado apoio, nessa época dizia que a Autarquia estava uma maravilha!... E convenhamos que a primeira “maioria” se deveu à “troika” e a parte do PSD “renovadinha e inteligentemente” ter votado Cafôfo, a segunda ao “ajuste de contas” dos anteriormente traídos."

Mas como tudo se esquece, mas nada se perdoa, o tempo irá mostrar que no Chão da Lagoa, em Julho,  Alberto João Jardim afastou-se de Miguel, Rubina e Pedro. A prova clara que aquele não se mistura foi ver o grande líder junto ao povo laranja e os renovadinhos eleitos "perdidos e desmamados" na serra. Bem que o chamavam para o palco e ele recusava.  

Como nada como uma boa intriga. O grande líder cantará vitória em breve, pois Jaime Filipe Ramos e correlegionários já estão a preparar o futuro do PSD. Não como sonhariam, mas como for possível. Viver como deputado é bom, pois com a divida estrondosa ser governante é muito arriscado. Para ser deputado basta ser eleito, não precisa de ser da maioria. 

"Espero que todos já tenham ganho juízo."

Imagino o sorriso. Desde que continuem a agachar-se aos lobbies regionais que alimenta as sua família (politica e não só) e o povo a pagar. Os negócios comandam a vida. Dívida ou morte.



Delles em vão rogando um pio arrojo,
Convulso o corpo, as faces amarellas,
Cede triste victoria, que faz nojo!