A Família Meia Dúzia


Enviado por Denúncia Anónima 
Segunda-feira, 13 de Agosto de 2018 00:17
Texto e título enviados pelo autor. Ilustrações colocadas pelo CM.
Comentário CM: Estimado autor, a primeira tentativa não chegou mas este sim, disponha sempre e mantenha o entusiasmo!




Parece haver na Madeira uma família conhecida pelo seu particular sobrenome, a família Meia Dúzia. Essa família ganhou esse sobrenome porque quando faz referências quantitativas, utiliza a meia dúzia como unidade única. Para eles não há outro número, apenas a meia dúzia.

Isto não seria nada de muito caricato, não fosse um fetiche peculiar dessa família: o de tentar deitar abaixo a operação do ferry que faz a ligação entre a Madeira e o território português europeu (sim, porque graças ao governo regional a Madeira parece pertencer à África). Essa família, que está infiltrada em alguns órgãos de comunicação social, aproveita-se disso para vir a público tentar denegrir a operação da dita ligação. Nas suas comunicações lançam argumentos diversos, como a alegada fraca ocupação do ferry, o valor do subsídio dado pelo governo regional, ou até porque um dos membros da família diz enjoar ao viajar de barco... Não se sabe os reais motivos que levam essa família a ter esse passatempo, embora diz-se por aí que o fazem a modo de lamber umas botas de um determinado grupo monopolista para ganharem umas viagens ao Porto Santo e umas bolsas de estudo para os respetivos filhos. Ou seja, acabam por denegrir publicamente as suas próprias imagens (pessoais e profissionais) a troco de umas migalhas. O grupo monopolista deve cag@r-se a rir com isto!

Ora, cada um dos argumentos lançados pela família Meia Dúzia pode ser facilmente deitado por terra:

Quem acompanha a operação do ferry sabe que os números da ocupação têm vindo a crescer paulatinamete, atingindo já as centenas de passageiros e veículos transportados. Quem não acredita que veja os vídeos disponíveis online das filas de carros a entrar e a sair do ferry. A ocupação não é ainda maior devido a diversos motivos, como a confirmação tardia da reativação da linha (o que fez com que muitas pessoas já tivessem comprado viagem para as férias por via aérea), o veto dado ao transporte de carga rodada através dos preços absurdos impostos pelo grupo monopolista, e a falta de marketing oficial por parte do mesmo grupo.

O subsídio, poucos devem de facto concordar. Isto porque anteriormente, quando o Armas operou na região, este não recebia um cêntimo de fundos públicos. O governo de então expulsou o Armas, e agora o governo atual paga - sob a forma de indemnização - ao grupo monopolista para que este autorize o Armas a operar novamente na região. Brilhante.

Por fim, reclamar do navio porque se enjoa a andar de barco?!? Reclamar disso é como reclamar que a viagem de ferry leva 23 horas enquanto de avião leva 1,5 horas. Isto são factos, mas...quão egoístas serão essas pessoas que querem impôr os seus gostos e convicções a todas as outras? Quem quer viajar de avião que o faça, agora que não venham retirar a possibilidade de haver uma alternativa para aqueles que preferem passar 21,5 horas a bordo do ferry e não numa sala de aeroporto rezando para que o seu voo não seja cancelado.

A família Meia Dúzia, não contente em querer isolar a Madeira do resto do mundo, ainda vem ofender publicamente quem luta por mais e melhores condições de transportes de e para a região. Chamam aos defensores do ferry de terroristas, de lunáticos, de arruaceiros, e claro, de meia dúzia. Pior do que isto, fá-lo sem competência. Então não é que uma membro dessa família veio a público dizer que o grupo do Facebook Cruise Ferry-Madeira tem 23.975 membros, quando na realidade e à data da dita publicação, o grupo tinha 34.935 membros? O mesmo foi provado num comentário no local onde a dita publicou o seu artigo. Sinceramente, um jornal que publica um artigo daquela qualidade põe em causa a sua própria seriedade. Se o número de membros foi escrito por lapso, então mostra que ninguém faz revisão dos dados publicados naquele jornal. Se o número foi propositadamente escrito de forma errada, mostra que o jornal não tem problemas em publicar dados falsos. Em qualquer dos casos a imagem daquele jornal ficou posta em causa.

Acho ainda curioso essa família continuar a querer denegrir a operação do ferry quando este ganha adeptos em todas as vertentes. Até o ramo do turismo começa a apoiar a ligação marítima, como foi visto nas recentes declarações proferidas por António Trindade, Presidente e CEO do grupo PortoBay. Meia dúzia não são os que lutam pela manutenção da operação do ferry por cá, semanalmente e ao longo de todo o ano. Dos mais de 35.000 membros que o grupo Cruise Ferry-Madeira tem, muitos nem são madeirenses. São "continentais", são estrangeiros, são emigrantes. Detratores do ferry só conheço uma verdadeira meia dúzia, que é residente na Madeira. Essa meia dúzia está a remar cada vez mais contra a maré e nem se apercebe disso.

Como nota final fica um reparo sobre essa família chamar de terroristas aos apoiantes do ferry. Grupos como o Boko Haram, Estado Islâmico, Al-Qaeda, os Talibãs, entre outros têm todos uma premissa em comum: obrigar as populações que dominam a ficarem isoladas do resto do mundo, sem comunicações e sem transportes para que não sejam negativamente influenciadas pelas culturas dos povos estrangeiros, muitas vezes considerados como "infiéis". Daqui resulta que as populações que vivem sob o regime dos grupos terroristas tipicamente acabam por viver num ambiente e condições características da Idade Média. Não parece ser este o propósito da família Meia Dúzia em relação à Madeira e Porto Santo? Afinal quem são os terroristas?