Cabe ao governo governar, e à oposição fiscalizar. Uma máxima muito ouvida pelos partidos da oposição mas que convenhamos não é muito praticada fora dos plenários da assembleia legislativa regional.
É por isso que aplaudo com muito agrado esta iniciativa do JPP relativa à linha ferry e ao concurso internacional para o transporte marítimo de passageiros, veículos e mercadorias entre a Madeira e o continente português. Não é por ser o JPP ou outro partido qualquer, mas acima de tudo porque neste caso em concreto vamos tendo cada vez mais indícios de que algo não está bem nesta operação cheirando mesmo a uma "panelinha" entre o governo regional e a ENM.
Uma operação anual que passou a sazonal e que já vai em algumas semanas com a conversa de que pode nem passar do primeiro ano, é realmente algo completamente diferente daquilo que terá sido apresentado à União Europeia para haver a autorização do concurso público.
Além disso, apesar de vermos que a linha está a seguir uma evolução normal, sempre em sentido ascendente no número de passageiros e veículos, alguns já prepararam o obituário da operação como se fosse esse o objectivo desde o início. As limitações impostas para que a carga nunca se consiga desenvolver é um escândalo planeado única e exclusivamente para não beliscar interesses instalados que não são os mesmos da população madeirenses e das regras de livre concorrência.
Fiscalize-se e traga-se a público toda a informação, inclusive o contrato celebrado. O povo tem o direito de saber se estamos na presença de mais um contrato feito à medida de alguém, em prejuízo dos contribuintes e das suas necessidades de mobilidade.