Medicina Nuclear: situação da Madeira



Acham que um Reitor da Universidade de Coimbra e o Vice-Reitor da Universidade de Valladolid assinariam um protocolo desta envergadura com um hospital da Madeira se não fosse relevante?

Então, um engenheiro físico especialista em física médica para a área da medicina nuclear (entidade que a RAM não tem e que é obrigatória, por isso paga a uma empresa Mercurius Health cerca de 2500 euros mensais para um serviço de 8 horas por semana obrigatórios, prestando, esta empresa, serviços à Quadrantes?) não é necessário(ganharia 1500 euros brutos por 40 horas semanais)? O referido "amigo" engenheiro é atualmente, doutorando da Universidade de Manchester para desenvolver um projeto da RollsRoyce para criar um revestimento novo para o motor do A380?. Já tem uma patente (é difícil de digerir, compreendo);  é também, professor convidado  dessa Universidade orientado por Philip Witers (único inglês vivo com a cátedra régia porque Stephen Hawking já não está entre nós). Descredibilizar os profissionais é apanágio desta gente. PERANTE ISTO DENUNCIO O SEGUINTE:
  
Este projeto foi financiado pela UE para assistência, formação e investigação (projetos Genhymape e Genemacor, 5 milhões de euros que deram para o seguinte: piso 0 onde está a medicina nuclear (equipamento e instalação 1,2 milhões de euros), uma ressonância magnética (2,2 milhões de euros, sub-rentabilizada desde a entrada deste GOVERNO REGIONAL), E O REMANESCENTE para a remodelação completa da unidade de cardiologia de intervenção (cateterismos) e uma TAC de topo.

Para fazer um estudo cardíaco (nunca feito na nossa instalação, custam 8 euros; no privado 600 euros). Mesmo somando todas as despesas para rentabilização e manutenção, os exames custam, cada um, no máximo 100 euros (nunca 600 euros ou 300 euros, o mais barato que fazem).

Desde que a OLAF obrigou a entrada em funcionamento da nossa instalação a 22 de JUNHO do ano passado, foram permitidas apenas a realização de 2 estudos (pesquisa do gânglio sentinela para o cancro da mama e a cintigrafia óssea, de 63 estudos diferentes que a DGS licenciou para executarmos).

O primeiro já não era realizado há vários anos, sujeitando-se as doentes - todas as que tinha indicação - ao esvaziamento ganglionar completo (porque muitas vezes não existia o marcador de ferro que tem limitações); situação limitadora para a vida mesmo ficando curadas do cancro da mama; depois da nossa atividade, as doentes que tinham a indicação para a realização de gânglio sentinela (foram cerca de 100 doentes em um ano de atividade), evitamos este esvaziamento ganglionar completo em 70% destas doentes; os resultados serão apresentados no próximo congresso europeu de medicina nuclear a 14 de Outubro próximo em Dusseldorf, Alemanha.

O SESARAM não contribui, nunca, para qualquer estudo feito na medicina nuclear (obrigatória/aconselhável a exposição do trabalho que fazemos). O segundo exame, importantíssimo para pesquisa de metástases ósseas, a nossa resposta é on demand. Antes, os relatórios demoravam cerca de 6-8 meses após a sua execução (não tenho acesso ao tempo do pedido do exame, senão deverá ser mais). Um doente oncológico não urgente a resposta máxima deverá ser de 3 meses. Um doente oncológico urgente é de 1 mês. Isto é o quê? A TAC tem uma acuidade diagnóstica de 40% e o nosso estudo, cintigrafia óssea, 80%. Custa 60 euros no público e 300 euros no privado.

É estranho verificarmos que Portugal é o terceiro país da Europa mais atrasado na abrangência desta tecnologia (EUROSTAT, ERS); contudo,  um equipamento para realizar a cintigrafia (SPECT - não é a PET, esta não a temos cá) o continente tem 1 por cada 100.000 habitantes. A Madeira tem 2 (um privado e outro público) a funcionarem a 10% da sua capacidade global (a privada com relatórios urgentes para 4-8 meses depois da execução do estudo).

No entanto, somos o país do mundo com mais TAC por cem mil habitantes (estamos a par da Grécia).
O que é estranho é que a Quadrantes operou durante 6 anos ilegalmente; ninguém no país sabia da existência oficial (aos amigos permite-se tudo?) desta instalação (radioterapia e medicina nuclear).

Logo que denunciei isso, Francisco George da DGS assinou a licença da Quadrantes em menos de uma semana (aquilo que operou na sombra da lei durante 6 anos). O estranho é que para virem medicamentos radioativos para a região (cadência semanal por via aérea) só poderia vir se houvesse uma instalação licenciada.  Então como foi possível a Quadrantes fazer exames cá se não tinha licença (não poderia receber o produto)?

Os Verdes na Assembleia da República (isto é público), em 2015, expuseram esta questão ao Ministério da Economia para perguntar ao INAC de como seria possível enviarem-se produtos radioativos por via aérea (ultimo avião da TAP proveniente de Lisboa às Quartas-feiras)? Não houve resposta e Passos Coelho passou o INAC a ANAC antes de sair do Governo (exposição nos primeiros 9 meses de 2015). Isto seria um incidente internacional gravíssimo porque os aeroportos de Lisboa e do Funchal não tinham os detetores de radiação em atividade no terminal de cargas perigosas.

A Quadrantes aproveitou-se disto para mandar todas as semanas um gerador (camuflado) da própria instalação licenciada em Miraflores para o Funchal (pedia o produto em excesso para realizar estudos às quintas e sextas-feiras no Funchal, na Quadrantes, Santa Rita). Então, perante toda esta prevaricação, o MP arquiva o processo sem qualquer consequência para os envolvidos.

O massacrado sou eu e a população que precisa destes estudos como "de pão para a boca". Eu não ganho nada a mais por fazer mais estudos, ganho o mesmo. Apenas estou a fazer o que deve ser feito enquanto funcionário público que é cumprir a lei e os procedimentos. Durante 2 anos enviei para os meus superiores 42 comunicações internas; nenhuma obteve resposta. Isto salva vidas?

Desta forma, perante as evidência, penso que é conveniente descredibilizarem-me com recurso à calúnia e difamação porque existem interesses escondidos? Penso que só um "maluco" tem de ter a coragem para fazer isto.

SOU POSSUIDOR DE TODAS AS PROVAS DOCUMENTAIS DE DAQUILO TUDO O QUE AFIRMO.  

Ao dispor,
Rafael Macedo