Paulo Cafôfo é politicamente inexperiente com uma aura de sucesso por ter beneficiado de uma conjuntura onde uma parte considerável do eleitorado quis pôr o PSD a andar. Os saturados da imensa teia que já só deixa viver quem está na bolha dos social democratas, facto que até já atinge os próprios porque dentro do PSD já só mamam os mais bem posicionados das famílias do poder e do sistema empresarial. Dentro desta conjuntura reside outra, a dos próprios PSD uns contra os outros.
Paulo Cafôfo segue orgulhoso com o seu resultado eleitoral e esquece que ele reflecte um momento e não uma permanência de estado de "humor" dos eleitores. Enquanto isso, o Iglésias faz de Rui Abreu numa vaidoseira estúpida que vai dar os mesmos resultados. Um e outro, julgaram e julgam que são manobradores da democracia com especial inteligência para enganar todos, colocar os seus peões e usufruir do sistema. Iglésias pensa que manda muito quando a teia consome a Confiança.
Paulo Cafôfo pouco fala ou age no que interessa e não marca pontos enquanto vai vivendo da referência do resultado eleitoral das Autárquicas. Quando deu o primeiro passo dos Estados Gerais, em vez de satisfazer a ânsia por ar fresco, com ideias e caras novas, foi buscar a senhora Pedra, o Sousa, o Gonçalves, etc. O sistema. Começou a fazer de Albuquerque com uma retórica de ideias mas a enfiar o pé na pantufa dos poderosos. Caiu que nem um pato na armadilha do sistema e o eleitorado, que não é burro, começou a se afastar para não mais voltar.
Curiosamente, ao imitar Albuquerque, começou a perder os social democratas que lhe têm dado as vitórias, tanto os Miguelistas da Renovação para derrotar Jardim como os Jardinistas para derrotar os Miguelistas. Paulo Cafôfo não entende esta dinâmica das suas vitórias e passou anos a acreditar que neste jogo democrático é a única Coca-Cola do deserto. Se no interior do PSD estavam uns contra os outros, essa dinâmica está a ser remediada por Jardim e pergunta-se quantos cederam a não voltar a votar Cafôfo, algo que só o tempo definirá porque no PSD "vira o disco e toca o mesmo" mas, também porque há os que definitivamente se desligaram do PSD Madeira.
Se Jardim fosse Cafôfo na sua conjuntura, nesta pobreza franciscana de um PSD-M infestado e inundado de idiotas à procura de emprego e tacho, e com todo este tempo para actuar, já teria minado o adversário até ao momento em que põe o pé fora da cama. Teria aliciado com poder de alguma maneira os seus adversários no célebre dividindo para reinar. Teria acolhido os que se desligaram, aos sensíveis a uma boa conversa.
Paulo Cafôfo é tão só um fraco político porque não sabe ler o que se passa. Quando Miguel Albuquerque escolhe, por livre vontade, um bando de queques idiotas sem capacidade para Governar mas bons para criar a sua ditadura inócua, marginalizou o motor e a sabedoria do PSD, os que votam em Cafôfo para ensinar o PSD-Madeira. Quando vamos em mais de 3 anos de disparates do PSD-Madeira, que deu-nos uma má governação, más apostas, derrotas eleitorais, etc, e se sente cada vez mais militantes do PSD a ficar em terra de ninguém, Paulo Cafôfo que não aprende nada com a conjuntura, anda a colocar os pés nas mesmas pegadas do suicídio da Renovação I para se tornar na Renovação II.
Isto de querer com muita força e fome não faz vitórias eleitorais. As vitórias eleitorais só nascem da maior credibilidade face aos outros mas até nisso Paulo Cafôfo mostra-se fraco. A sua câmara não funciona, tem gente impreparada para governar a cidade que centram a actuação em orgulhos e vinganças, que vão destruindo a mobilidade, o asseio, dando jeitinhos nas obras e fingindo-se fortes com embargos onde se continua a trabalhar. Tem a mesma atitude do PSD em marginalizar uns para ceder passo aos incompetentes da sua seita. Se não governa uma câmara vai governar uma Região? Se não tem gente para governar uma câmara vai encher chouriços na composição de um Governo?
Paulo Cafôfo esquece que a experiência de saber lidar com "Pessoas" e de Governação não é dada por um canudo. Paulo Cafôfo não olha para a Renovação I quando se entala com a sua Renovação II. Paulo Cafôfo pode não retirar lucidez do estado da Renovação I mas o povo eleitor sim para não cair na Renovação II. Paulo Cafôfo já está na espiral de estar ao pé de lobbies mesmo que deixe o trabalhinho ao Iglésias, de proteger incompetentes mal escolhidos por ele (como os queques de Albuquerque), de falar demais de coisas estéreis e de falhar redondamente nas decisões chave quando o PSD vai ganhar mais 6 meses de Governo..
O tempo esgota-se, a qualidade e a experiência afastam-se, as dicas silenciam-se, os votos vão desaparecendo, a "máquina" pára, e o povo eleitor pensa que não vai cair no erro segunda vez. Quando são todos maus a se combinarem para o salvamento dos tachos em acordos secretos, os votos dispersam-se.
Cafôfo só vai acordar com uma sondagem ou no dia das eleições, neste momento a conjuntura do seu sucesso vai desaparecendo, e o PSD-M se organizando, quando teve todo tempo do mundo para iniciar uma nova era por muitos anos. Parece que ninguém repara porque só olham para o umbigo mas a Madeira está a perder gente para governar, vendo mais do mesmo, e estão a partir, qualquer dia ficam só os criminosos do poder e da fraqueza de espírito numa terra vista de fora por ter maus feitios de cometer erros mas despachar as culpas para os outros.