Um Honoris Causa antes do tempo que deu para o torto. |
Estou revoltada porque a manipulação de resultados ou imagens pelo poder abandalha tudo e chegou a Universidade. Agora quem recebe a promoção, o louvor, a distinção, a nota ou o reconhecimento tem que estar feito com o poder.
Amanhã a quantidade de pobres que Jardim fez para enriquecer "meia dúzia" rejubilam diante da TV. Imagino que esta estratégia de beatificação, para o regresso, implica ter a Televisão do Sousa e do PSD, faz parte do circo do poder, de certeza com o amoroso pivot do fretes. Para além de pagarem a mensalidade para ver "aquilo" na TV também pagam a dívida e estão muito contentes. 6000 milhões é mais do que reincidência, é um permanente sistema doloso sem perdão. A dimensão dá a certeza. A gerir esse rio milionário de dinheiro provindo da UE durante décadas e ter a Madeira nestes estado de desenvolvimento social é obra, merece sem dúvida o "Horroris Nausea".
Ora, a Universidade compreende o universalismo, uma formação orientada pela permanente perspectiva de investigação, de promoção e defesa do saber. A Universidade dá a quem se forma uma preparação científica e cultural para habilitar e incutir a sensibilidade e o conhecimento para exercer actividades profissionais, culturais e de guia de homens, sempre na perspectiva de fomentar as capacidades de poder conceber do nada, de inovar e de ter sempre análise crítica.
- O que dizer do Jardinismo que escolhia os melhores pelos elegíveis das famílias do poder, pelo livre arbítrio do interesse político ou pelo cartão partidário?
- O que dizer do Jardinismo que não reconheceu mérito a quem não tinha cartão do PSD?
- O que dizer do Jardinismo que perseguiu adversários por não saber lidar com a livre expressão na democracia quando exerciam análise crítica?
- O que dizer do povo e dos empresários que se viram envolvidos na trama da dívida escondida e que por não serem do PSD não se salvaram?
- O que dizer do Jardinismo que fez perder os bens e a vida?
- Certamente que os anos que levou para tirar o curso são espelho da qualidade do que andou a semear na política.
Honoris Causa significa “por causa de honra” em expressão latina. É preciso escrever mais alguma coisa depois do exposto sobre este caso?
Talvez sim. O Honoris Causa está muito ligado ao aspecto humano, ou seja, os Honoris Causa observam indivíduos preocupados com os problemas humanos. Quem fez aquela dívida preocupou-se com algo mais do que ganhar eleições e despachar a dívida sobre aqueles a quem intrujou o voto sonegando a verdade?
A pobreza que temos depois da enxurrada de dinheiro da UE comparada com a riqueza dos eleitos pelo sistema confere alguma boa razão para o Honoris Causa? O homem terá com certeza virtudes mas não suficientes porque ela junto com os, méritos ou atitudes, nunca foram dirigidas à totalidade da população. O que fazia era contentar alguns e prestar atenção a poucos, tipo a caridade da trampa que se pratica agora. Dar estrada para os lobbies, fazer a festa mas com o pobre sempre a contar tostões para a gasolina. Jardim não tratou que todos tivessem a sua boa cana de pesca, fornecia só o peixe para a dependência, para a necessidade de pedir e ficarem a dever favores, roubava o voto usando a necessidade.
Não esquecer de inscrever a partir de amanhã mais um título honorífico, Dr. h.c. Alberto João Jardim. É preciso avisar a trupe dos incompetentes escolhidos pelo cartão partidário, os melhores de todos. Este é tão só mais um momento de beatificação para o regresso à política manobrando os cordelinhos.
Por este texto estas "gajas e gajos" que escrevem no CM são de esquerda. A areia para os olhos contra aqueles que acertam na mouche. Uns mais elouquentes do que outros mas ainda só vi o CM em busca da justiça, ora duro ora cómico. Pela justiça e pela causa, sem Honoris Causa.
Ninguém quer saber ou não conta o mar de lesados do Jardinismo? Parece que as honrarias estão em saldo antes que acabe o poder manipulador e a Universidade da Madeira faz um agradecimento pela sua abertura e não pela justeza dos factos na Madeira Novado Povo Superior.
Para ironia:
É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente.
Albert Camus
Para o Honoris Causa:
Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo.
Voltaire
O que aí vai de teatro:
O justo é tranquilíssimo, o injusto é sempre muito solícito.
Epicuro
A não ser que o julgamento seja uma farsa:
A base da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o julgamento é a aplicação da justiça.
Aristóteles