O Ronaldo e o Lubrificante


Escrever explicitamente sobre sexo num País de tarados fingidos de púdicos é um risco para quem escreve, porque, quer se queira quer não, o sexo é assunto tabu numa sociedade de mentecaptos como a nossa. 

Antes de tudo, e por uma questão de honestidade intelectual, confesso que não morro de simpatias pelo Ronaldo, nem como homem, nem como jogador. Para mim, Ronaldo, como homem é egocentrista e narcisista, e como jogador,  fica aquém do Messi. 

Não tenho ilusões, que contra a minha opinião, além da minha família, e das manas peixeiras do jogador, tenho a maioria da população madeirense, que por razões puramente patriotas julga que o Ronaldo é o maior. Sem dúvida que o fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos. 

Mas deixemo-nos da filosofia barata de Nietzsche e vamos então à história do Adão e da Eva. 

Nos anos oitenta um jogador negro do Benfica de nome Reinaldo ficou célebre, não por jogar bem, mas por ter dilacerado o ânus de uma das cantoras de uma Girl Band portuguesa  que teve de ser assistida no Hospital de Santa Maria. A história nunca se confirmou, e segundo se julga, tratou-se de um boato inventado por alguém que não gostava da música estridente das Doces. 

Por coincidência, ou não, trinta anos depois, outro jogador com um nome muito parecido, é notícia pelas mesmas razões. Segundo a acusação, Ronaldo violou uma jovem americana obrigando-a à prática de sexo anal não consentida. 

Não é preciso ser muito inteligente para descobrir que se trata de uma história muito mal contada. Segundo os vídeos da discoteca tornados públicos, a jovem estava nitidamente enrolada com o jogador, pois segundo consta, era paga para entreter clientes VIPs levando-os a gastar dinheiro. Que fique claro que isso não a define como acompanhante de luxo ou mesmo como prostituta. 

Segundo se sabe, a jovem não foi raptada e levada amordaçada para o Hotel. Foi de livre e espontânea vontade, e acreditem, que não era para ver a coleção de selos raros do Ronaldo. O problema é que embora jogasse bem à bola, e segundo consta, bem dotado sexualmente, o Ronaldo não sabia utilizar a ferramenta e no sexo era um nabo. 

O sexo na intimidade não deve ter limites, desde que mutuamente consentido. Para que se saiba, o sexo anal não é uma prática recorrente em muitos casais, e só os mais íntimos e experimentados conhecem técnicas e métodos para sentir prazer. Qualquer manual sexual recomenda o uso adequado de um lubrificante à base de água como o KY, mas, acima de tudo, o mais importante são os preliminares de relaxamento necessários ao prazer sem dor. 

O rapaz de Santo António de 24 anos depois de experimentar todos os buracos lubrificados da menina decidiu experimentar aquele considerado proibido por muitos Estados Americanos. Era a testosterona a falar mais alto. 

E foi assim, e a seco, que o jovem Adão penetrou a jovem Eva, ingénua e imaculada, confundindo os gritos de dor com prazer. Eu que o diga, quando ouço os gritos de morte da fogosa vizinha do 5º Esq. 

Nesta história toda há nitidamente oportunismo e protagonismo para ganhar algum dinheiro, porque a história de ter ficado nove anos sem trabalho como modelo por causa do pénis do Ronaldo é treta. É caso para dizer, o que é que  o cú tem a ver com as calças? 

E para terminar, é evidente que a culpa é apenas da falta de  lubrificante! A única coisa que se prova nesta história toda, é que o Ronaldo não sabe o que é um lubrificante e que  a dançar é um desastre. Parece a Maria Leal!

O sexo é a consolação que tens quando não podes ter amor"
Gabriel García Márques