Se o padre lesse CM, nada disto ocorreria. |
Segunda-feira, 25 de Fevereiro de 2019 15:36
Texto e título enviados pelo autor. Ilustração CM.
Estou estupefacto, com o que ouvi na missa, neste domingo, 24 de fevereiro de 2019. Na homilia, o padre falou da Medicina Nuclear do Hospital Central do Funchal. Disse: que a jornalista da TVI, baralhou tudo. Misturou radioterapia, com o resto…..e não se percebeu nada. Sempre que as notícias não agradam, ou, revelam verdades inconvenientes, as primeiras pedras são atiradas aos jornalistas. Objetivo: descredibilizar o profissional, para retirar credibilidade à informação. É uma velha prática. Demasiado, velha, para qualquer outro comentário.
A reportagem da TVI não confundiu nada. É muito clara. Diz que há exames que podem ser realizados no hospital, mas os doentes, são encaminhados para a clínica “Quadrantes”.
A reportagem também refere que o Serviço Regional de Saúde da Madeira já pagou à “Quadrantes” 22,5 milhões de euros. Não revela os detalhes desta fatura. Logo, é errado concluir que o dinheiro só foi gasto, em exames de medicina nuclear. Os dados são para reforçar a ideia que, há exames, tratamentos, análises, e outros serviços médicos que podiam ser realizados no hospital, mas são “encaminhados” para o privado.
A jornalista da TVI, agendou duas entrevistas com o “Grupo Joaquim Chaves Saúde”, mas foram, as duas tentativas, desmarcadas. Ou seja, a “Joaquim Chaves Saúde” nunca esteve disponível para esclarecer, fornecer dados, números. Só reagiu depois da reportagem ser emitida. Revela falta de interesse e o desejo de esconder um negócio que é público. A clínica recebe dinheiro do Governo.
Senhor padre, os jornalistas não inventam. Trabalham com factos. Cruzam a informação com várias fontes. Não são os “atrasados mentais” que as organizações, empresas, governos, políticos … até a própria igreja, já tentou descredibilizar, para camuflar a realidade.
Se hoje há um movimento de padres, bispos e cardeais, dentro da Igreja Católica, acompanhados pela determinação do Papa Francisco, para acabar com a pedofilia, quem deu o empurrão foram os jornalistas.
São os mesmos que, há anos, divulgam, as tais notícias falsas, que foram desmentidas, nos altares, com comunicados emitidos pelas dioceses, até que, hoje, ninguém tem dúvidas sobre a veracidade dessa informação publicada.
Mau, é um governo que tem, no hospital, equipamentos de radioterapia e não utiliza. Paga para os doentes serem tratados no privado. Mau, é doentes sem possibilidades económicas serem obrigados a pagar ( 400 e 600 euros) para realizarem um exame, que podia ser feito de forma gratuita, no hospital. Nem todos os doentes têm este dinheiro.
Mau, é um doente esperar 8 meses pelo resultado de um exame. Estamos a falar de decisões políticas. Quem as tomou, que tenha a coragem de as defender agora. Se a “Quadrantes” sair da Madeira ... quem optou pela instalação da radioterapia no privado, que resolva o problema.
Se os privados ganham dinheiro com a saúde, porque razão, o estado alimenta este negócio, quando pode oferece-lo à população. Sobretudo, aos mais pobres, aos que não conseguem pagar a chamada “medicina convencionada”?
Pense nisto, Senhor Padre, e Deus nos ilumine!! Conceda-nos o dom da sabedoria, do discernimento, e da verdade!!