Os apanhados do Capelão do CM


Sou mesmo padre de profissão e sinto-me um pouco dividido entre o dever e a racionalidade, como Capelão na guerra, um grande contra-senso, pregar ao serviço da guerra quando apenas se conforta o espírito na dor sem desaparecer com o pecado no conflito.

Em festa, o meu adro tem sempre mais gente que na igreja, a festa pagã atrai mais do que a palavra do Senhor e o Natal é enigmático pela folia das Missas do Parto. Viriam se fosse só a missa?

Tenho visto este PSD a pregar um pouco no espírito da palavra de Deus mas a malta fica no adro, vai jantarada e à festa, aproveita todas as borlas das necessidades políticas, depois esquece de votar. Já aconteceu e parece que o engano repete-se porque na cabeça das pessoas é bem mais difícil de entrar e violentar. É o seu último reduto muitas vezes é perverso, aproveita a festa e vota ao contrário.

Vi no passado muito esforço em apresentar a festa carregada de gente mas e o que disseram na "missa" para convencer estes novos e velhos cristãos? Vocifera-se, perdigota-se, um forrobodó envolto em pó de terra. Neste ano dizem que esteve mais gente, quem sabe, talvez o Arcebispo jubilado tenha autorizado mas marcou distância e não subiu ao palco. Há aqui beatas mázinhas, logo após ao sinal da cruz despem o cordeiro e seguem elas lobas, qual estatuto de sucesso que triunfa e defende.

Entretanto o PSD omitiu o seu número de autocarros tal como as operadoras de telemóvel deixaram de dizer quantos SMS pelo Natal. Os tempos mudam, como não vejo fortunas no povo com esse maná de 53 meses a crescer, parece que alguns, muito poucos, crescem pelos outros todos. Talvez não subam tantos autocarros porque na mesma medida desce o povo que não se deixa convencer porque lá em casa anda tudo na mesma. Sobem os tachista com carro próprio a zelar pelo emprego, arre cavalitos denunciadores de bólides que querem zelar pelo povo. Cumpriu, fez-se a festa com um suspiro, não foi desta o baque, esse só aparece sincero na noite eleitoral.

Meus amigos, em dia de arranque dos roncadores já descritos por divinos escritores, quem tem mais curvas que rectas? O POVO! Cuidado com a curva que aponta.
Ide em paz que estes são meus singelos apanhados.
Padre António Vieira