A Máfia dos Partidos


Uma maneira de se ter um elevado número de leitores num texto é ser faccioso, isto é, tomar partido de um dos lados. Quando se escreve com a intenção de ser isento corre-se o risco de ninguém gostar do texto. Mas como o CM não é pago por nenhum grupo económico não corremos o risco de ser despedidos, por isso aqui vai. 

Não sabemos se existe um défice de democracia na Madeira, mas temos a certeza que existe um défice de inteligência e excesso de "partidocracia", ou seja, quem manda nisto tudo não são as pessoas mas sim as maquinas mafiosas dos Partidos. 

Com tudo isto, a imagem que temos dos políticos é que não são pessoas confiáveis, isto é, por regra, são  desonestos e mentem por hábito, e isso afasta o cidadão do seu dever de voto. 

Com o cenário da bipolarização sem qualquer maioria absoluta do PS ou do PSD, os pequenos partidos sentiram o seu ego inflacionado e não sabem muito bem como se posicionar. E assim, ao de cima, surge alguma inexperiência que os faz cometer erros infantis. 

E sem esperar muito mais, comecemos então por Rui Barreto que assumiu, num texto bajulador e infantil, a sua fidelidade ao PSD. Muitos militantes e históricos do CDS-Madeira não gostaram da forma quase pornográfica como o fez, e isso viu-se nalguns textos críticos de grandes figuras do CDS que tentaram abafar a burrada, reafirmando que o CDS continua oposição. 

O CDS, e por manifesta falta de inteligência de Rui Barreto, corre o risco de perder metade dos votos que tinha, pois o eleitorado tem dificuldade em perceber qual a diferença entre votar num partido ou noutro. 

Rafael Macedo é outro bom exemplo de como a política é volátil e ingrata. O grande capital político que Rafael Macedo ganhou com a história da Unidade de Medicina Nuclear na TVI esfumou-se rapidamente. Dono de um ego intragável demonstrou que o facto de ser doutorado não o faz mais inteligente que os outros e que em política é um nabo. Voluntariamente, e sem aceitar conselhos de ninguém, cometeu erros atrás de erros e num ápice passou de bestial a besta. Começou com a trapalhada do PURP e culminou com aquela exigência absurda e chantagista de trocar o seu apoio por uma Secretaria Regional da Saúde. Os outros Partidos riram-se pois jogou fora uma oportunidade de ouro e não vai ser eleito, e ainda corre o risco de ser despedido. 

Depois temos a Aliança do professor Joaquim Sousa. Do ativista perseguido e ostracizado pelo regime, esperava-se que se mantivesse equidistante dos partidos da área de governação, de modo a garantir os votos de alguns descontentes do PSD e do PS, e eventualmente conseguir ser eleito e rir-se. Infelizmente Santana Lopes chegou à Madeira, não viu, não venceu, e deu um tiro no pé ao oferecer-se ao PSD. 

Dos partidos populistas de direita temos ainda a Iniciativa Liberal do Nuno Morna e o CHEGA de Miguel Teixeira, dois partidos com potencialidades de angariar votos no Centro e na Direita mas que ainda não se definiram ao eleitorado madeirense, isto é, não são carne nem peixe. E a pergunta que não respondem é se, a serem eleitos, estão disponíveis para governar, ou a viabilizar um governo, como, e com quem. Entretanto o silêncio vai matando! 

Restam-nos então os Partidos de Esquerda. Do PCP não se espera nada, pois já sabemos que não faz acordo nem com Deus nem com o Diabo. 

Do Bloco de Esquerda, que são mais inteligentes nestas coisas da política, espera-se uma geringonça que ainda não foi assumida. 

A JPP mais sóbria, e muito bem, já veio a publico dizer que não faz acordos com o PSD, arriscou mas ganhou votos, e é um dos partidos com mais atividade politica nas grandes medidas estruturantes como os Transportes, Turismo e Saúde. Os outros deviam seguir o exemplo. 

Do PTP espera-se que Gil Canha e Edgar Silva deem uma mãozinha ao Coelho, que já passou de moda, mas que enquanto não o meterem na cadeia, continua aí para as curvas. 

Do PAN não se espera muito porque a sua atividade partidária reduziu-se drasticamente na Madeira, embora continuemos a pensar que os animais trazem sempre muitos votos, pode ser uma oportunidade perdida. 

Do NÓS CIDADÃOS, nem vale a pena escrever, pois com a saída inexplicável de Filipa Fernandes, morreu na praia. Foi pena. 

Para concluir, e como sempre, a bipolarização e o voto útil vai vencer, e a luta pelo poder será entre o PS e o PSD. Esperemos, que para bem da democracia, vença o melhor!

"Que vantagem têm os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade."

Aristóteles