O show da emoção


Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 09 de Julho de 2019 12:59
Texto e título enviados pelo autor. Ilustração CM.

Eis que a 3 meses da eleições Miguel Albuquerque e o seu gang decidem usar a cartada do sentimentalismo!

Algo nunca usado pelo PSD Madeira em nenhuma eleição neste monopólio de 40 anos de poder, porque nunca foi preciso. A máquina de interesses e lobbies sempre foi suficiente para garantir o resultado necessário para manter tudo na mesma, para os mesmos de sempre.

Mas agora o filme parece diferente. Nem mesmo os resultados das europeias onde a vitória conseguida na base da abstenção do povo farto dos políticos aliada à mobilização total de militantes/boys, gente com medo de perder o emprego, e octagenários levados à força para dentro das carrinhas das casas do povo não parece ser razão suficiente para um copo tomado com tranquilidade no bar da Nau sem Rumo.

Albuquerque apesar de acostumado agora a "governar" na sombra do seu todo poderoso vice, apercebe-se que a sombra de um mau resultado nas eleições regionais de Setembro será terrível demais para a sua sobrevivência.

Um resultado que não seja maioria absoluta, é uma derrota para este PSD autoritário. É que a menos que estejam a fazer bluff, só o CDS casa com o PSD e isso chega?

E foi assim, chegamos ao dia de hoje. Com o povo a ser preparado já no dia anterior pelo Jornal do Regime a anunciar com destaque o evento esperado: Atenção ! O Albuquerque vai ao programa da Cristina, Atenção!! e vai fazer poncha, coisa que abica e cega qualquer madeirenses distraído, ainda para mais com a estrela estridente da TV.

Nem o "pai" do monopólio partidário teve esta atenção quando há dias foi ao programa da tarde da mesma estação de televisão".

A máquina partidária a postos, perfis do partido com login efectuado nas redes sociais, fotógrafo oficial (o tal do ordenado de 3000 euros) que até decidiu entrar com o seu perfil real no grupo ocorrências do Facebook, juntamente com o portageiro da Rua São João de Deus (o tal que é funcionário público mas só faz campanha eleitoral na hora de expediente).

E começa o show ... Albuquerque decide entrar na rubrica de culinária do programa com a realização de uma bebida alcoólica (estranho para quem ia se lamentar de boatos de dependências e antes das 10 da noite), a se lamentar dos más linguas tal como dos culpados na Governação (Lisboa), faltou a lágrima no canto olho - talvez para a próxima. Volta a se sentar ao piano para completar o ramalhete da emoção com tudo a se concluir num coro de aplausos.

Entretanto o gang dos perfis falsos do PSD já começava a espalhar a noticia, sempre com o confiável JM à cabeça com a sua peça "jornalística" a focar todos os pontos que era preciso passar aos idiotas, desculpem, aos eleitores.

Albuquerque gostou do papel, sentiu até que para a próxima será ainda melhor. Mais dramático. Não ao ponto de levar ao extremo como Bolsonaro fez no Brasil, mas com o mesmo resultado eleitoral. Mas pode ser que uma simples recaída ou uma constipação seja suficiente se as sondagens não melhorarem.

O povo comove-se, solidariza-se. Abriu-se uma nova frente de campanha: qual será o candidato mais coitadinho para lhe darmos o poder e não chorar? A política e os políticos eclipsaram, temos agora um teatro de variedades e vaidades.

Senhor Albuquerque o povo sente a pobreza e não 70 meses de crescimento, quer apostar que também sabem muito mais do resto? ...