Os dois mártires da Governação Renovadinha padeceram com a política, caíram com a política e desterraram-se para a política, o que é deveras curioso porque foi a sua gula que os faz cair na opinião pública. Se um até governava se lhe dessem Saúde e Assuntos Sociais, sem se definir politicamente, o outro até se juntava ao inimigo para viabilizar uma maioria parlamentar e um Governo. Vai dar mais um mandato ao seu carrasco? Está tudo doido! Parece a rábula do Raul Solnado na guerra onde até há intervalos para convívio com o inimigo. Tal como a carinha do Albuquerque leva um Jaime Filipe Ramos na penumbra, estas possibilidades de viabilizar o PSD-M olhando para o umbigo são descrédito total.
O problema é que isto torna cada vez mais impossível acreditar em heróis. O PSD Madeira queimou uma série de truques ensinando os eleitores a serem cínicos com todos os políticos que pensam estar a ludibriar o eleitorado. O novato do Cafôfo e a sua equipa pensam que estão frescos e longe deste tipo de avaliações e passeiam-se com o inimigo de todos os madeirenses, o que ganha milhões incididos sobre o custo de vida e a negação da continuidade territorial. É um paradoxo dizer que isto vai melhorar com tamanho parasita ao lado.
A caridade recolhida em tempos de infortúnio e catástrofes também conta com dias negros, com a descoberta de um estado que leva sempre o seu imposto, que dinheiros arrecadados não são entregues, que bens recolhidos ainda estão em armazém. São estes deslizes que nos fazem ter um coração de pedra. Quando um dia alguém for verdadeiro e estiver num momento de exigência a precisar de apoio vai receber indiferença. Tudo por causa destes antecedentes e porque vemos uma sociedade cada vez mais egoísta e uns políticos fingidos que já não representam o eleitorado.
Tudo isto é uma tristeza e tem sempre consequências, se andam todos a dizer que vão apoiar um dos dois da bipolarização, estão claramente a entregar o ouro ao bandido, não só destacam ainda mais a bipolarização como depois ninguém pede para rezar com um santo se pode ir com "deus". Os partidos minúsculos e pequenos tinham a sua oportunidade no actual contexto, estão a perdê-la e Alberto João tem razão ... uma oposição medíocre ... tal como o PSD.