PSD: a união que provoca desunião

Imagem da Revista D7
Consta que no PSD-M já há discussões acaloradas por causa das listas de deputados, Jardim, Ramos e os empresários do regime querem caras que lhes dêem garantias de ganhar e manter toda a oligarquia dependente do Orçamento Regional e os negócios ruinosos à PSD-M.

Os Renovadinhos começam a sentir-se sem zona de conforto porque estão a ser postos de parte para a entrada de figuras maiores que vão tentar ganhar as eleições. Na calha para as listas já estão João Cunha e Silva e Manuel António Correia, um já mais rodado do que outro mas com o último a fazer as aparições da praxe nos convívios social democratas.

No PSD-M só não brigam os cabecilhas porque por toda parte os seguidores se sentem defraudados com os seus líderes de confiança, as contendas parecem nada significar, não pensam duas vezes em avançar e esquecer o passado.

Contam transeuntes da Rua dos Netos que há duas semanas houve bruta discussão entre elementos que identificaram como sendo José Prada e Rui Abreu, claramente um que quer ganhar a todo custo com a cabeça a prémio (mas garantido nas listas) e outro que não quer perder o lugar, bem representativo da marginalização dos Renovadinhos. Muitos dizem ser bom provarem do fel e a marginalização que espalharam durante todo este tempo. A união é cada vez mais desunião a quente e se atendermos que as listas não vão chegar para todos, nesta nova realidade regional, a coisa promete trocar posições do dia para a noite, ou seja, os ressabiados vão dar lugar a novos ressabiados e os sorrisos vão se apagar nalguns para se acenderem noutros. O mundo dá muita volta.

A difícil gestão de interesses não se fica por aqui, que dizer dos apoiantes dos apontados João Cunha e Silva e Manuel António Correia? Vão de boleia ou ficam para trás? Será caricato se assim o for porque vão se ofender por serem os Renovadinhos a guardar lugar sem merecer depois de 4 anos de descalabro. E, se afastarem os Renovadinhos, podem ter a certeza que não são dóceis como os antigos, são de outra ralé.

Parece que isto de ser líder de facções dá alguma protecção que não chega aos militantes seus apoiantes, muitos abandonaram o barco por assédios morais, perseguições laborais e familiares, etc. São mal vistos por se venderem e já não vão mobilizar o que se pensam no seio dos social democratas, fica para ver o que pensam os eleitores madeirenses.

Entretanto, no ambiente social democrata, é motivo de regozijo a existência de Miguel Iglésias a gerir as acções do PS/ Cafôfo, o melhor aliado para derrotar o professor de história que cada vez mete menos medo pela série de falsas partidas dadas, a falta de sustentação nas propostas que apresenta mas sobretudo porque tudo indica que vai cometer o erro de meter os pupilos do Luís Miguel de Sousa na sua candidatura, sem perceberem a capacidade destrutiva dos Sousa nas listas adversárias, como no CDS nestas Europeias. Sendo militante do PSD-M, o mecenas Sousa parece um submarino nas listas contrárias, o que tem imensa piada, o PSD consegue ser o vilão que alimenta os monopólios mas a fama fica como herança com os maus gestores políticos embevecidos, como o Miguel Iglésias. O gestor de asneiras políticas de Cafôfo em todo este tempo que ganha à conta das brigas dentro do PSD-M, desperdiçou muitos anos para destroçar os social-democratas, não limpou os quadros do adversário nem criou uma dinâmica de maioria absoluta, muito para além da parca capacidade do PS de angariar votos. No PS pensa-se pequeno, no tachinho, são muitos anos de oposição a defender o lugar pelo mínimo resultado possível, está quieto com as sombras.

O PSD-M está com dinâmica de vitória e está a queimar toda a lenha no assador, a dupla Cafôfo/ Iglésias mostram-se muito fracos para a empreitada. Quando lançarem os nomes, a candidatura vai a pique.

O homem de que a mando de Jaime Ramos e Jardim está a unir o PSD Madeira

Os bons vi sempre passar/ No mundo graves tormentos;/ E para mais me espantar/ Os maus vi sempre nadar/ Em mar de contentamentos.“
Luís Vaz de Camões