A Iniciativa Liberal


Sou daqueles que não gosto dar o braço a torcer, mas desta vez faço-o por uma boa causa, isto é, pelos Liberais do Nuno Morna.

Gostei da campanha, da inteligência, e da imaginação que os Liberais Madeirenses colocaram nas últimas eleições Europeias. Não elegeram nenhum espécimen raro para a Europa, mas diga-se que foi o melhor resultado de sempre da Iniciativa Liberal! Divertiu-me, e muito, a diligência dos jovens liberais. Digamos que foi algo fresco numa campanha apática, amorfa, e triste dos outros partidos. A política não tem de ser triste, porque para desgraças basta o nosso dia-a-dia.

E, quer se queira, quer não, a campanha dos Liberais fez-nos lembrar a irreverência do PND dos tempos de Alberto João Jardim. Da altura em que o Gil Canha ainda pensava com a cabeça de cima, em que o judas do António Fontes ainda não se tinha vendido, e em que a Rubina Sequeira ainda não tinha o seu porquinho de estimação. Há porquinhos com sorte! 


Mas voltando aos Liberais, sinceramente, a política liberal não me diz muito e faz-me lembrar muito uma espécie de anarquia organizada, isto é, a supremacia individual sobre o coletivo, o que parece ser o comunismo na sua antítese, e Nietzsche na sua síntese.

Mas resumindo, foi lindo de se ver. Imaginação e humor quanto baste, e mesmo que não tivessem elegido ninguém, ficou a ousadia política e, na minha opinião, o direito a um lugar na próxima Assembleia Regional.

A única dúvida que falta esclarecer é se o Nuno Morna, depois de eventualmente eleito, vai-se vender por um Hambúrguer, por um Donut, ou se é mesmo honesto, e faz dieta.

Entretanto. Nuno, amigo, o povo está contigo!

"Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo."

Eça de Queiroz