O Prisioneiro Político 001


Sempre reconhecemos em José Manuel Coelho, o exagero e a falta de decoro para dizer o que lhe vai na alma, mas sejamos justos, a política é assim mesmo, exagerada, baixa e vil.

Até se pode dizer que José Manuel Coelho é um louco varrido, um esquizofrénico e um psicopata, que merece ser sedado e internado o resto da vida no Trapiche. O que não se pode concordar é que seja preso por delito de opinião. José Manuel Coelho é da velha guarda, convicto de uma ideologia de Esquerda Radical e defende-a acerrimamente.

Que hediondo crime cometeu José Manuel Coelho? Difamou? Ofendeu? Gozou dos Juízes? Gozou da Lei? Gozou dos Tribunais?  Ou Matou, roubou  e  traficou droga?

E Alberto João Jardim durante 40 anos fez o quê? Desde ofender a “vaca zarolha”, ao “boi cambado” (que espera por ele lá em cima para uma conversa a dois), e aos “bastardos dos jornalistas”, João Jardim ofendeu pessoas e instituições durante décadas e décadas e o curioso é que nada aconteceu ao senhorio da Juíza.

José Manuel Coelho não executa, não tem poder para isso; Alberto João Jardim sim. José Manuel Coelho não fez uma dívida de 6 mil milhões de euros; Alberto João Jardim sim. A luta de José Manuel Coelho foi leal, não comprou ninguém, nunca teve poder para seduzir outros poderes com favores que se cobram com favores; Alberto João e o PSD sim.

E no fim de tudo, o criminoso é José Manuel Coelho  porque exerceu o seu direito à indignação? Não nos esqueçamos que José Manuel Coelho, até há pouco tempo foi a resistência duma oposição, muita dela vendida, torpe, a pensar na sua vidinha, quando andava gerir as suas curtas carreiras de deputados. É preciso dizer nomes?

A verdade é que o poder e o regime arrastou, amordaçou entidades policiais e judiciais durante décadas, limitando a sua atuação. A Justiça na Madeira precisa de ser purgada de interesses obscuros, e tal como no jogo de Xadrez, é urgente que se troque os peões por outros, as rainhas por outras, e os réis, por pessoas isentas e justas. Há gente da Justiça acomodada há demasiado tempo na Madeira, que precisa de ser substituída por outros.

O sistema judicial emperrou. Os juízes e as juízas casaram e criaram família, e laços inesperados, e é natural que o discernimento para julgar seja condicionado pelas ligações criadas. Como é que uma Juíza, ou Juiz, casada, ou casado, com um político ou empresário do regime tem liberdade e livre arbítrio para ser justa ou justo?

Cabe ao Estado Português, através da Procuradoria Geral da Republica, intervir e garantir igualdade de direitos a todos os cidadãos. Na Madeira não pode haver justiça de primeira e justiça de segunda. Não é estranho que  sejamos expeditos em investigar e julgar pequenos crimes de contrafação e de trafego de estupefacientes para a estatística, e não ter um único caso de corrupção de colarinho branco?

O Regime criou um mártir e deu, mais uma vez, um tiro nos pés. O Coelho preso é mais fatal para o Regime, do que solto. Vamos ver em Setembro!

E por falar em ofensas, quem nunca chamou “filho da puta” a um político que atire a primeira pedra.

"A justiça inflexível é frequentemente a maior das injustiças."

Terêncio