Congresso PSD-M visto do Sofá parte 1 de 3





Passei a tarde deste sábado na companhia da RTP Madeira que nos ofereceu assim como que uma espécie de Natal dos Hospitais, com uns poucos de artistas a passarem sucessivamente pelo palco do Centro de Congressos do Casino.

Sobre os preliminares

Às 15 horas em ponto lá apareceu o Gil Rosa, quem mais poderia ser tratando-se de um congresso do PSD, cujo primeiro convidado foi o diretor do DN, que entrou a matar ao dizer que “este não é o momento para medalhar quem deixou dívida de 6 mil milhões ...” Um mal-agradecido este Ricardo Oliveira, então é convidado para falar do PSD em festa e vai dizer isto, logo no dia em que Miguel Jesus Cristo fez ressuscitar dos mortos Lázaro Alberto João para compor a liturgia laranja na missa solene dos social-democratas. Missa em casino, olha que mistura!

Ao fundo lá estava o palco com uma decoração démodé, mais consentânea com um congresso do Partido Comunista da Alemanha Democrática ou da Roménia nos gloriosos anos 70.


O primeiro frame começou por mostrar imagens do museu do PSD, Alberto João e Guilherme Silva em amena cavaqueira (ou seria uma réplica dos célebres Marretas?), mais à frente outros espécimes embalsamados do museu laranja como Correia de Jesus e Bazenga Marques e até a eterna Margarida Coelho (pelo menos o formol parece ser de boa qualidade).

Nos bastidores o ex-todo-poderoso Rui Abreu dava indicações de como os artistas deveriam desfilar até ao placo, onde se vislumbrava seis vestais de rosa vestidas e três mordomos que não conseguimos vislumbrar para que efeito ali estavam pois a transmissão não permitiu chegar a alguma conclusão. Provavelmente para decoração apenas.
    
De lantejoulas Rubina Leal logo se acalora e abre o casaco assim que chega a Pedro Calado.

De relance lá se viu Sérgio Marques, sem o fulgor e o rei na barria do anterior congresso, pronto para se despedir da mesa do dito congresso.

Folgámos em ver João Machado de sorriso rasgado, sinal de que a boa saúde voltou.

Depois foi o desfile das vedetas a descer as escadas com destaque para o trio PTM (Pedro, Tranquada e Miguel).

Ainda deu para ver Marco Cabral a quem o cabelo desceu para o queixo a fazer de speaker. O assessor de imprensa fetiche dos governantes a fazer pela vida depois da expulsão do bem bom da Quinta Vigia. 

Depois de uns planos de Sérgio Marques, agora sem a empáfia de outros tempos mas com cara de enfado, cumprir pela última vez a função de meseiro mor do congresso lá se iniciou o programa de festas com os figurantes do costume destes tipo de programas cá atrás a mostrarem a força do PSD de braço no ar (empregos dos próprios e de familiares como prebendas e sinecuras da Renovação oblige…).

Sobre os durantes

Durante a atuação dos artistas principais foram vários os relances que a RTP dos Sousas nos deu com apontamentos interessantes.

Num dos relances pela assistência lá estava a primeira-dama acompanhada pelo filho do Presidente, que de acordo com o que disse o ex-capitão do colonialismo e primo do presidente no programa da Antena 1 onde é comentador aos sábados de manhã, “é um rapaz que não querendo continuar a estudar após o 12º ano trabalha de porteiro num hotel e fardado”. 

Também se vislumbravam aqui e além distintos exemplares da fauna de assessores, adjuntos, técnicos especialistas dos diferentes secretários regionais, dos atuais e dos remodelados, e outras variantes, umas mais mansas que outras mas sempre com aquele sorriso de sim senhor secretário e de felicidade de bolsos mais compostos na razão inversa à sua incompetência e impreparação.

Lá estava Alberto João a segredar a Guilherme Silva com Jorge Carvalho a empertigar-se para tentar ouvir o que congeminavam aquelas duas das mais distintas peças do museu laranja. Na mão de AJJ folhas de papel com montes de rasuras, sinal de que o discurso que apresentaria foi recebendo acrescentos à medida que o faraó se foi lembrando ao ver este e aquele ou ao receber este ou aquele comentário.

Deu para ver o pessoal a bater palmas de felicidade na despedida de Rui Abreu, sentado ao lado de um dos mais famosos exemplares do merchandising laranja, a inevitável em congressos Margarida Coelho. 

Não foi muito o entusiasmo quando a rock star principal da festa subiu ao palco que, tal como o cenário, se apresentou também fora de moda com risco ao meio no cabelo. Sinais do tempo, Albuquerque vai ficando fora de moda.

Também nas imagens da querida televisão da Madeira se vislumbrou o inefável Miguel Moniz, conhecido cliente do resort da Cancela, especialista em dívida privada em contraponto à divida pública do governo, e atual fotógrafo oficial da presidência e da página de facebook do querido líder, fotografando as vedetas e, quiçá, também os que discreta e conspicuamente segredavam ou riam do querido chefe. Dele se referenciam as digníssimas fotografias de qualidade e marca, a respectiva vénia.
Abençoados sejais todos aqueles que me acompanhem
na graça de Deus até à segunda das três partes,
ficai atentos criaturas.