Congresso PSD-M visto do Sofá parte 2 de 3

Trem de cozinha: então não faziam um jantar de congresso com todos? Ai povo enganado.





Leitores sobreviventes, eis-nos chegados à parte dois do que importa deste congresso de sofá porque regredimos para o jurássico. Abençoados sejam, cá vai ... nunca esquecendo o primeiro:

obre as atuações
Empolgar? Vi duas vezes o mesmo
discurso. Os militares, ai que é
militantes, devem ser burros.
Albuquerque deu uma de jardinista. Coisa que, aliás, nunca deixou de ser como se sabe apesar do golpe chavista de 2014.

Rebuscou toda a oratória jardinista. O colonialismo, as corporações, os fantasmas do socialismo e comunismo, a mentira perpétua, a estagnação no continente, o centralismo de Lisboa, a discriminação dos madeirenses e porto-santenses, a tutela colonial, os feitores do colonialismo, o poder central jacobino, o estarem nas tintas para nós. Enfim, todo um vomitar de frases feitas retiradas das melhores páginas do catecismo jardinista, com e sem aspas.

Deu ainda uma de La Pasionaria ao gritar que “não passarão”, que fica sempre bem aos pretensos insurgentes contra um pretenso inimigo.

Depois chegou a parte em que os amigos regressados da Venezuela, que fizeram número e compuseram a sala disfarçando a ausência dos tipos, para usar uma palavra tão querida ao querido líder, que desalinharam da Renovação, se levantaram para aplaudir Sua Excelência quando lhes falou ao coração. E para dar uma e Maduro ao contrário apelou para que eles mostrem quais os benefícios do socialismo. O grande líder na mais pura demagogia pois como se sabe o socialismo do PS e de Cafofo não é o da via Chavista/Madurista.

E nem a militância folclórica foi esquecida ao lançar urbi et orbi “um abraço a todos os militantes de base na pessoa da Margarida Coelho”. Os estrategas do seu innercircle, osseusspindoctors ainda não chegaram à conclusão que já lá vai o tempo em que os emplastros conseguiam votos. Tadinha dela a ser usada.

E que dizer daquele momento em que o querido líder se calou numa espécie de engulho. Quando se referia aos travestis políticos porquê aquela pausa silenciosa esquisita a seguir à palavra travestis? O que lhe terá passado pela cabeça? Que cenários vislumbrou?

E às 16h16, 35 minutos depois do seu início, finalmente o discurso acabou, embrulhado nas palmas do costume, sobretudo daquelas imensas caras novas chamadas para unir e reforçar o partido e dos bons assessores que o adubo da Renovação fez crescer viçosos nestes quase quatro anos de governação.

Depois chegou o ator convidado. Houve quem pensasse que ao palco teria chegado um WalkingDead mas quando as graçolas estafadas soaram pela sala logo se percebeu que a Páscoa tinha sido antecipada e o messias tinha mesmo ressuscitado.

E então AJJ deu início à Universidade de Inverno para a JSD ao contar a história do PSD, da luta pela autonomia. Tudo coisas que mais de metade dos presentes na sala não viveu nem sabe o que é.
Pena que Gil Rosa não goste de AJJ e tenha interrompido a transmissão para falar com os seus convidados que por sinal também não tiveram lá muito respeito por AJJ ao abandoarem a sala para virem falar com o Gil Rosa, casos de Rui Abreu e João Cunha e Silva.

Querido, por conta PDJ - P*** Do Jurássico, esqueceste de levar a faca. Isto merecia baba e ranho.


No sofá com eles
 
Depois da intervenção de AJJ foi a vez da RTP Madeira fazer passar pelo sofá do Gil Rosa umas poucas de vedetas.

Rui Abreu naquele seu jeito blasé teve uma tirada humorística ao referir que “se for buscar as imagens de há dois anos vamos ter um congresso semelhante” percebe-se agora porque AJJ reclamou com ele sobre a poncha. O despedido Secretário-geral ficou com toda a porção do mais conhecido cocktail madeirense. Só pode.

Dá dó ver Cunha e Silva a dar colheres de chá a Albuquerque com a treta da união que é preciso no partido depois de tudo o que aconteceu em 2014. Esta gente só pode estar a falar de alguma União de Produtores de Leite, tal a mama em que todos se querem envolver. Com efeito, hoje a Renovação acabou.

Cunha e Silva é o candidato às europeias. Se não o fosse diria categoricamente que não é. Se não estivesse disponível não rodearia a questão como o fez. A sua candidatura europeia é um segredo de Polichinelo.

"Encalacrar" Sr. Padre.
Ele quis dizer que a
Autonomia não é
"acamada".
O que faz um ******
dum padre no CM?!
Na pantalha da nossa televisão foi a vez do petit Jaime Filipe para quem blablablabla e sobre o blablablabla disse que blablablabla. Também disse que o Dr. Alberto João Jardim foi o que mais obrou na Madeira e quanto ao que distingue o Jaime Filipe dos demais congressistas foi sem dúvida um verdadeiro blablablablablablablabla. Também ficámos a saber que em 2019 o que está em causa é blablablabla e que o grupo parlamentar blablablabla.

Ao assistirmos à transmissão da RTP Madeira sobre esta magna reunião laranja ficámos, a páginas tantas, com uma dúvida. Qual foi a droga que esta gente andou a tomar e que os pôs neste estado letárgico? Qual foi o tratamento a que se submeteram para agora acordarem de repente esquecidos destes últimos quatro anos e verificarem que afinal ainda estão em 2014 com Alberto João no auge?! Cá para mim anda catatonia no ar.

Pedro Coelho falou para os câmara-lobenses, pois a julgar pelas imagens só poderia ser os indefetíveis da sua terra que o estavam a ouvir, tal o ar desolador da sala depois do mamute descongelado ter falado.

O autarca da baía dos lobos ou tem problemas de dicção ou não conhece bem o vocabulário português. O que é que é isso de “a dialética não é uma luta incabada”? Incabada?! Incamada?! Será que queria falar em dialética encavada?! É pá o que é que é isso de encavar a dialética? 



Ao sofá do Gil Rosa seguiu-se o ClarkKent do governo. O super secretário com super poderes e a vedeta principal da Renovação 2.0. Pedro Calado estava com um ar feliz e mostrou a sua felicidade ao afirmar que julgo que este ano em 2019 estamos com mais gente do que estivemos em 2017. Estamos a sentir um congresso alegre, leve, onde as pessoas estão bem-dispostas, estão confiantes, estão com espírito muito positivo, estão com muita confiança e isso é de salientar, estou muito satisfeito e estou a gostar muito daquilo que tenho ouvido. (…) Muito satisfeito com esta aura que nós estamos a criar aqui em torno deste congresso que é uma aura muito positiva”. Este homem só pode ter a Graça Luísa como guru. Com aquela aura ele vai longe.

Pedro Calado confessou que é assumidamente um homem de AJJ. Só pode. “2017 foi quando o Dr. MiguelAlbuquerque fez a mudança no governo que fez outras pessoas olhar para dentro do governo e com essa nossa entrada sentimos o apoio do Dr. AJJ e de outras pessoas que tinham estado um pouco mais afastadas”. E nós que nem tínhamos percebido isso o Pedrinho. A sério que foi a tua chegada ao governo que fez o Dr. AJJ dar a bênção a este governo?

Outra conclusão a que chegámos é a de que Pedro Calado não gosta de Rui Rio nem de Cunha e Silva. Questionado sobre se o Presidente do PSD nacional deveria anunciar o candidato da Madeira na lista às Europeias afirmou que “eu julgo que esse anúncio deverá ser fora deste congresso. Este congresso tem que ser um congresso de pacificação, um congresso de união, um compromisso com o futuro, um congresso de lealdade, de afirmação, de muita união em tomo do nosso líder”. Ó Pedro nada mais sintomático de que o partido está unido e é uma família. Muito bem.

Estavam, certamente, para cima de 600 ânus
e alguns más línguas a dizer que todos
a levar no pacote.
A certa altura reparámos que a transmissão da RTP Madeira era patrocinada pelos 600 Anos. Confesso que não percebi o que é que o Congresso do PSD tinha a ver com os 600 Anos, mas o símbolo no cantinho superior esquerdo não enganava. Ah! Espera lá! Está explicada a presença do Guilherme Silva no congresso.

Seguiu-se no sofá com o Gil Rosa a não menos inefável Sara Madruga da Costa que “continua disponível para dar o meu contributo, com disponibilidade total para continuar em Lisboa”. Ó pra ela a preparar-se para mais uma residência parlamentar fora da madeira durante mais quatro aninhos. Deus queira que sim, para podermos continuar a apreciar todas as incidências do seu dia-a-dia na Assembleia de S. Bento através da sua graciosa página do facebook.

No sofá não podia ter faltado AJJ trazendo na lapela o emblema de ouro do PSD, símbolo de 50 anos de sócio do clube laranja. O homem mostrou-se radiante por estar vivo eo quanto “tinha saudades de fazer um deste meus discursos típicos. Não sou hipócrita, gostei”. Ó se gostou, deu para ver como ele desenferrujou o paleio de antigamente naquele palco. Informou que “podem contar comigo para conversar com as pessoas”, mas foi avisando que “não tenho pachorra nem idade para andar em cima de palcos para fazer comícios”. Ainda bem que isto de ser morto-vivo é sempre um perigo em cima de um palco e o tombo pode ser um problema para a autonomia. Quanto a ser candidato para alguma coia lançou mais um slogan, “cidadania ativa sim, política partidária ativa não”. Seguidamente deu as dicas do que o governo e o PSD devem fazer para ganharem as eleições, mas isso não vamos dizer aqui, o PSD e o governo que lhes peçam isso.

Abençoado sejais por Nosso Senhor Jesus Cristo que para sempre seja louvado.
Aguardem pela terceira epístola. Obrigado.

Créditos: Todas as fotos, do JM, do Site, do Facebook do PSD, escrevi bem porque JM é o Povo Livre são da criatura fotografa ao serviço da presidência do Governo Regional. Uma mão lava a outra e paga o erário público. Todas menos a de levar no pacote.