Leitores sobreviventes, eis-nos chegados à parte dois do que importa deste congresso de sofá porque regredimos para o jurássico. Abençoados sejam, cá vai ... nunca esquecendo o primeiro:
obre as atuações
Empolgar? Vi duas vezes o mesmo discurso. Os militares, ai que é militantes, devem ser burros. |
Rebuscou toda a oratória jardinista. O colonialismo, as
corporações, os fantasmas do socialismo e comunismo, a mentira perpétua, a
estagnação no continente, o centralismo de Lisboa, a discriminação dos
madeirenses e porto-santenses, a tutela colonial, os feitores do colonialismo,
o poder central jacobino, o estarem nas tintas para nós. Enfim, todo um vomitar
de frases feitas retiradas das melhores páginas do catecismo jardinista, com e
sem aspas.
Deu ainda uma de La Pasionaria ao gritar que “não passarão”,
que fica sempre bem aos pretensos insurgentes contra um pretenso inimigo.
Depois chegou a parte em que os amigos regressados da
Venezuela, que fizeram número e compuseram a sala disfarçando a ausência dos
tipos, para usar uma palavra tão querida ao querido líder, que desalinharam da
Renovação, se levantaram para aplaudir Sua Excelência quando lhes falou ao
coração. E para dar uma e Maduro ao contrário apelou para que eles mostrem quais
os benefícios do socialismo. O grande líder na mais pura demagogia pois como se
sabe o socialismo do PS e de Cafofo não é o da via Chavista/Madurista.
E nem a militância folclórica foi esquecida ao lançar urbi et
orbi “um abraço a todos os militantes de base na pessoa da Margarida Coelho”.
Os estrategas do seu innercircle, osseusspindoctors ainda não chegaram à
conclusão que já lá vai o tempo em que os emplastros conseguiam votos. Tadinha
dela a ser usada.
E que dizer daquele momento em que o querido líder se calou
numa espécie de engulho. Quando se referia aos travestis políticos porquê
aquela pausa silenciosa esquisita a seguir à palavra travestis? O que lhe terá
passado pela cabeça? Que cenários vislumbrou?
E às 16h16, 35 minutos depois do seu início, finalmente o
discurso acabou, embrulhado nas palmas do costume, sobretudo daquelas imensas caras
novas chamadas para unir e reforçar o partido e dos bons assessores que o adubo
da Renovação fez crescer viçosos nestes quase quatro anos de governação.
Depois chegou o ator convidado. Houve quem pensasse que ao
palco teria chegado um WalkingDead mas quando as graçolas estafadas soaram pela
sala logo se percebeu que a Páscoa tinha sido antecipada e o messias tinha
mesmo ressuscitado.
E então AJJ deu início à Universidade de Inverno para a JSD
ao contar a história do PSD, da luta pela autonomia. Tudo coisas que mais de
metade dos presentes na sala não viveu nem sabe o que é.
Pena que Gil Rosa não goste de AJJ e tenha interrompido a
transmissão para falar com os seus convidados que por sinal também não tiveram
lá muito respeito por AJJ ao abandoarem a sala para virem falar com o Gil Rosa,
casos de Rui Abreu e João Cunha e Silva.
No sofá com eles
Depois da intervenção de AJJ foi a vez da RTP Madeira fazer
passar pelo sofá do Gil Rosa umas poucas de vedetas.
Rui Abreu naquele seu jeito blasé teve uma tirada humorística
ao referir que “se for buscar as imagens de há dois anos vamos ter um congresso
semelhante” percebe-se agora porque AJJ reclamou com ele sobre a poncha. O
despedido Secretário-geral ficou com toda a porção do mais conhecido cocktail
madeirense. Só pode.
Dá dó ver Cunha e Silva a dar colheres de chá a Albuquerque
com a treta da união que é preciso no partido depois de tudo o que aconteceu em
2014. Esta gente só pode estar a falar de alguma União de Produtores de Leite,
tal a mama em que todos se querem envolver. Com efeito, hoje a Renovação
acabou.
Cunha e Silva é o candidato às europeias. Se não o fosse
diria categoricamente que não é. Se não estivesse disponível não rodearia a
questão como o fez. A sua candidatura europeia é um segredo de Polichinelo.
"Encalacrar" Sr. Padre. Ele quis dizer que a Autonomia não é "acamada". O que faz um ****** dum padre no CM?! |
Ao assistirmos à transmissão da RTP Madeira sobre esta magna
reunião laranja ficámos, a páginas tantas, com uma dúvida. Qual foi a droga que
esta gente andou a tomar e que os pôs neste estado letárgico? Qual foi o
tratamento a que se submeteram para agora acordarem de repente esquecidos
destes últimos quatro anos e verificarem que afinal ainda estão em 2014 com
Alberto João no auge?! Cá para mim anda catatonia no ar.
Pedro Coelho falou para os câmara-lobenses, pois a julgar
pelas imagens só poderia ser os indefetíveis da sua terra que o estavam a
ouvir, tal o ar desolador da sala depois do mamute descongelado ter falado.
O autarca da baía dos lobos ou tem problemas de dicção
ou não conhece bem o vocabulário português. O que é que é isso de “a dialética
não é uma luta incabada”? Incabada?! Incamada?! Será que queria falar em
dialética encavada?! É pá o que é que é isso de encavar a dialética?
Ao sofá do Gil Rosa seguiu-se o ClarkKent do governo. O super
secretário com super poderes e a vedeta principal da Renovação 2.0. Pedro
Calado estava com um ar feliz e mostrou a sua felicidade ao afirmar que julgo
que este ano em 2019 estamos com mais gente do que estivemos em 2017. Estamos a
sentir um congresso alegre, leve, onde as pessoas estão bem-dispostas, estão
confiantes, estão com espírito muito positivo, estão com muita confiança e isso
é de salientar, estou muito satisfeito e estou a gostar muito daquilo que tenho
ouvido. (…) Muito satisfeito com esta aura que nós estamos a criar aqui em
torno deste congresso que é uma aura muito positiva”. Este homem só pode ter a
Graça Luísa como guru. Com aquela aura ele vai longe.
Pedro Calado confessou que é assumidamente um homem de AJJ.
Só pode. “2017 foi quando o Dr. MiguelAlbuquerque fez a mudança no governo que
fez outras pessoas olhar para dentro do governo e com essa nossa entrada
sentimos o apoio do Dr. AJJ e de outras pessoas que tinham estado um pouco mais
afastadas”. E nós que nem tínhamos percebido isso o Pedrinho. A sério que foi a
tua chegada ao governo que fez o Dr. AJJ dar a bênção a este governo?
Outra conclusão a que chegámos é a de que Pedro Calado não
gosta de Rui Rio nem de Cunha e Silva. Questionado sobre se o Presidente do PSD
nacional deveria anunciar o candidato da Madeira na lista às Europeias afirmou
que “eu julgo que esse anúncio deverá ser fora deste congresso. Este congresso
tem que ser um congresso de pacificação, um congresso de união, um compromisso
com o futuro, um congresso de lealdade, de afirmação, de muita união em tomo do
nosso líder”. Ó Pedro nada mais sintomático de que o partido está unido e é uma
família. Muito bem.
Estavam, certamente, para cima de 600 ânus e alguns más línguas a dizer que todos a levar no pacote. |
Seguiu-se no sofá com o Gil Rosa a não menos inefável Sara
Madruga da Costa que “continua disponível para dar o meu contributo, com
disponibilidade total para continuar em Lisboa”. Ó pra ela a preparar-se para
mais uma residência parlamentar fora da madeira durante mais quatro
aninhos. Deus queira que sim, para
podermos continuar a apreciar todas as incidências do seu dia-a-dia na
Assembleia de S. Bento através da sua graciosa página do facebook.
No sofá não podia ter faltado AJJ trazendo na lapela o emblema de ouro do PSD, símbolo de 50 anos de sócio do clube laranja. O homem mostrou-se radiante por estar vivo eo quanto “tinha saudades de fazer um deste meus discursos típicos. Não sou hipócrita, gostei”. Ó se gostou, deu para ver como ele desenferrujou o paleio de antigamente naquele palco. Informou que “podem contar comigo para conversar com as pessoas”, mas foi avisando que “não tenho pachorra nem idade para andar em cima de palcos para fazer comícios”. Ainda bem que isto de ser morto-vivo é sempre um perigo em cima de um palco e o tombo pode ser um problema para a autonomia. Quanto a ser candidato para alguma coia lançou mais um slogan, “cidadania ativa sim, política partidária ativa não”. Seguidamente deu as dicas do que o governo e o PSD devem fazer para ganharem as eleições, mas isso não vamos dizer aqui, o PSD e o governo que lhes peçam isso.
No sofá não podia ter faltado AJJ trazendo na lapela o emblema de ouro do PSD, símbolo de 50 anos de sócio do clube laranja. O homem mostrou-se radiante por estar vivo eo quanto “tinha saudades de fazer um deste meus discursos típicos. Não sou hipócrita, gostei”. Ó se gostou, deu para ver como ele desenferrujou o paleio de antigamente naquele palco. Informou que “podem contar comigo para conversar com as pessoas”, mas foi avisando que “não tenho pachorra nem idade para andar em cima de palcos para fazer comícios”. Ainda bem que isto de ser morto-vivo é sempre um perigo em cima de um palco e o tombo pode ser um problema para a autonomia. Quanto a ser candidato para alguma coia lançou mais um slogan, “cidadania ativa sim, política partidária ativa não”. Seguidamente deu as dicas do que o governo e o PSD devem fazer para ganharem as eleições, mas isso não vamos dizer aqui, o PSD e o governo que lhes peçam isso.
Abençoado sejais por Nosso Senhor Jesus Cristo que para sempre seja louvado.
Aguardem pela terceira epístola. Obrigado.
Créditos: Todas as fotos, do JM, do Site, do Facebook do PSD, escrevi bem porque JM é o Povo Livre são da criatura fotografa ao serviço da presidência do Governo Regional. Uma mão lava a outra e paga o erário público. Todas menos a de levar no pacote.