Remodelação Parlamentar


Está enraizado no Parlamento Regional uma forma de estar que vai levar muito tempo a corrigir. Se tivermos líderes fracos ou fortes à frente dos partidos nada feito, temos essa experiência. O parlamentarismo estará ferido de morte.

JM
Estou farto de maiorias absolutas porque tornam impossível a fiscalização e porque permite a existência de Grupos Parlamentares inúteis que abanam a cabeça e não fiscalizam absolutamente nada. Esta garantia (a maioria absoluta) a partida permite que brinquem porque o palavreado preenche o tempo e o que conta é o voto sempre da maioria. Tem piada que se decide situações importantes, leis e inquéritos parlamentares, na prática, sempre com o mesmo voto de 2015, o que na presente data torna-se ridículo. Portanto, sem maiorias absolutas cada momento no parlamento é valorizado.

Se um partido souber que terá de trabalhar e não é garantido que tenha maioria absoluta nas Regionais, há mais hipóteses de escolherem melhor gente para o Parlamento, a menos que continuem nesta narrativa de "sound bites" até que percebam para a outra legislatura que ou mudam ou morrem.

Muito antes do Correio da Madeira, a sátira existia na política regional como forma de fugir às questões ou de ser desconcertante para desmanchar o argumento adversário no Parlamento. Por entre publicações, deputados e agitadores fazia furor. No caso dos deputados, talvez por haver pouco tempo (também não sei o que aquela gente ia discursar) o comentário rápido, mordaz e de forma cómica pega, tanto que a comunicação social vai logo atrás e o deputado "marca presença".

JM
Muitas vezes, autênticos patetas alegres querem fingir que sabem ou disfarçar que não sabem com uma piada, pode até parecer sofisticado mas é preciso ter jeito.

O auge do cómico é ver o PSD Madeira a usar os seus defeitos de marca registada e patenteada nos outros. É delirante e da mais vil sacanice saber que é autor material e incentivador regional de perfis falsos e andar a culpar os outros. Vamos ser verdadeiros, o PSD Madeira tentou criar imensos perfis falsos para fazer uma onda virtual que o favorecesse nas redes sociais e isso entrou para o gozo, tal como os seus cartazes nas autárquicas. A Renovação é maquiavélica, no seu próprio Grupo Parlamentar existem promotores de perfis falsos; nos serviços públicos há militantes e dirigentes do PSD-M onde o seu dia a dia é gerir perfis falsos; na sede partidária existem elementos a combinar o que fazer através dos perfis falsos. Ontem achincalharam-nos para parecerem virgens quando são os únicos que usam perfis falsos como deliberada acção política. Que podridão.

O Correio da Madeira é anónimo para que as pessoas digam a verdade livres de perseguições e tem resultado. Está de parabéns e aqui sim, porque não é Parlamento podemos brincar a sério. O Correio da Madeira não tem o poder para fazer leis mas, em contrapartida, tem liberdade e exerce influência pela sátira e pelo cómico sobre as fragilidades da nossa democracia. Acreditem que muito se resolve quando é aqui exposto. Eu já presenciei gente que ganhava dinheiro sem por os pés no emprego a regressar à força. Já vi concursos a serem remodelados porque a primeira forma foi denunciada. Já vi pessoas mudarem de atitudes em relação aos outros, já vi jardins que foram arranjados, soube de brutas discussões porque houve fuga de informação. Até parece que o medo mudou de lado, só pretendemos respeito de quem tem poder aos seus eleitores. Já vi ameaças de silenciar ao estilo Pedro calado usando a Justiça. Já vi o CM fechar por uns dias e se repor.

Precisamos de bons parlamentares para exercer esta função. Não às maiorias absolutas!