Estamos a ver nesta composição do Governo de Coligação aberrações incríveis. Já não bastava a necessidade imperiosa de inventar lugares para meter à força tachistas e a serventia aos parceiros de coligação, de multiplicar gente em cargos que fazem exactamente o mesmo (como nos assessores de imprensa), presenciamos que a necessidade de rodar gente, mas satisfazer egos e empregos, leva a que novos líderes (que nada percebem do assunto para o qual são enviados) têm o know-how a fugir para outras secretarias. É o esvaziamento de conhecimentos sem preocupação de governar porque a Presidência ou a Vice-Presidência têm super-poderes. Se o GR do mandato anterior defraudou as expectativas, não se compreende como é que agora vai produzir com gente desenquadrada da sua formação. Mas há mais.
- Temos visto secretários a saírem dos cargos e a passarem a subalternos na hierarquia, ou seja, mantém-se na mesma hierarquia/ secretaria em cargo de presidente de uma empresa pública. É uma desonra mas melhora o vencimento, até porque depois acrescem valores para compensar, como isenção de horário, etc.
- Também há casos de alguns que lideram os organismos e passam a subalternos com uma nova liderança no mesmo organismo. Estamos a ver hoje no Desemprego, na APRAM e no caso da Saúde há situações ainda mais complexas. Esta gente vai ganhar menos ou um subalterno vai ganhar mais do que os seus Presidentes com alguma fórmula de remuneração?
- Que se saiba e à luz da lei, o GR está a cometer infracções, umas atrás das outras. Daqui vai nascer muita confusão e gerar outras injustiças. Ninguém pode perder estatuto.
- Alguma coisa será metida em Tribunal? Depende do medo e da dependência. Há profissionais da política que têm que zelar por qualquer oportunidade porque senão passam a comuns mortais.
Sexta-feira, 15 de Novembro de 2019 17:23
Texto e título enviados pelo autor. Ilustração CM