ABAMA "despenca" na GESBA


Esta associação, por este meio, responde e clarifica a sua posição pública em relação à resposta ao comunicado de 31 de Março da empresa Gesba, Lda.
A posição desta associação, tomada no contexto desta fase de estado de emergência mantém-se e reafirma-se. O direito do produtor em verificar e assegurar-se que o peso, do seu produto, é o certo e que a categorização da qualidade da sua banana é a correta, é um direito inegável e de todo incontornável.

Respeitar as normas de segurança relacionadas com a contenção do vírus COVID-19 é algo que nem ousamos por em questão. No entanto reafirma-mos a inexistência de justificação plausível para que, pelo menos o agricultor ou quem o represente na entrega, não assista à pesagem e a classificação.

A transparência da operação GESBA é da sua responsabilidade, e, se nada esconde ou de irregular acontece, onde e porquê justificam a retirada do “vivo testemunho” da operação pesagem e classificação ?

Com tanto espaço disponível, nas instalações GESBA, a definição e delimitação sinalética do afastamento sanitário é coisa fácil e descomplicada. Porque não o fazem ?

Na lota todos os dias é entregue peixe fresco, a pesagem é a primeira fase da sua introdução no mercado, depois a venda em leilão ou retirada para congelação, e o pescador/armador assiste a todo esse processo, ou não ?

Como fica assim obvia a vossa incongruência e o absurdo da vossa atitude. Em causa está um direito, direito esse que não esta suspenso pelo estado de emergência, ora há que repor, imediatamente, a transparência de procedimentos da receção da banana !

Onde está a fundamento e enquadramento dessas tais medidas de segurança? Em que plano de “regras impostas para impedir o contágio de terceiros” as vossas medidas se encontram definidas ? 

Seguramente que não é nas mesmas onde se enquadram os supermercados, minimercados, vendas, padarias e outros distribuidores de bens de primeira necessidade. Então onde assentam as tais medidas que nos impedem de verificar o peso, o tratamento e a classificação da nossa banana ? 

Repudiamos a vossa “poesia barata” e “prosa de cordel” ao tentar demonizar os produtores de banana. Que idiota a ideia de apelar a sentimentos piedosos e de “sofrimento da humanidade” se só queremos testemunhar o peso do nosso produto, produzido nas nossas terras (não nas vossas, pois não têm) e com o nosso suor! Quem admitiria uma situação destas? Nem em estado de guerra! O produto do nosso trabalho é sagrado e respeitável !

A empresa GESBA, Lda refere-se a uma caduca associação de produtores de banana e nós referimos que caduco é o regime onde a GESBA se integra e navega. Caduco é o sistema de coletivização e de apropriação de um produto produzido de forma livre e à nossa “conta e risco”. Caduco e inaceitável é o sistema de gestão dos apoios e subsídios à produção da Banana.

O vosso milionário agro-negócio sustenta-se em “dinheiros europeus” sempre garantidos e previsíveis. A gestão de tal recurso financeiro é um privilégio vosso, sobre um produto que é nosso,
E com isso nada beneficiamos! 

A classe dos produtores de banana da Madeira, serve, injustamente, para justificar um ofício de transações comerciais assente em dinheiros comunitários. Tal já acabou noutras regiões europeias produtoras de banana, e futuramente nesta região, também, europeia e igualmente produtora de banana.

Está e a verdade insofismável do negócio da banana da Madeira …!     

Solicitamos a vossa melhor divulgação desta comunicação
Queiram aceitar as nossas melhores saudações

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Quinta-feira, 2 de Abril 2020 14:46
Texto enviado pelo autor. Título e Ilustração do CM inspirados no texto.