O Montepio, o que se passa?

Sou cliente do Montepio há muitos anos e sempre vi esta Associação Mutualista como algo à parte e diferente do resto no panorama financeiro português. O Montepio era mutualismo, a sua mais valia. A crise da banca, parece que pode chegar fora de ciclo um dia, no Montepio está latente vai eclodiu? 

Vimos durante anos um gestor louco agarrado ao poder ou que, por ventura, não podia sair para não se descobrir o que andou lá a fazer. O que já se sabe é que fez desaparecer um fundo de solidariedade que em 2014 tinha 65 milhões de euros mas que só restavam 6 milhões em 2018. Mas há muito mais, o banco colecciona coimas e ele processos.

Os bancos exigem muito dos seus clientes, entram-lhes pela vida dentro, retêm dados pessoais, o que ganham ou não ganham, quais as receitas ou margens, até sabem mais da nossa saúde do que nos próprios mas, em contra-partida, o seu mundo é muito nubloso, autocrático e mudam as regras do jogo em contratos que deveriam ser um acordo de duas partes quando na realidade os clientes pagam as despesas todas para eles mudarem a bel-prazer quando quiserem.

O ex-gestor queria aumento da pensão para 14.300€/mês quando o banco só recebia e recebe coimas da sua gestão. Quando as coisas aquecem e deve se apresentar no Banco de Portugal diz que está numa grande viagem ... não tem vergonha na cara. Depois o Banco de Portugal começou a notificar pelos jornais, o espertalhão começou a ir ao supervisor recolher os processos contra ele. Teve negócios obscuros em Angola que ninguém percebeu para quê. Carlos Tavares do Conselho de administração mandou auditar no ano passado a origem de créditos suspeitos e ruinosos. O Tomás Correia teve o desplante de sugerir uma lei à sua medida quando viu as coisas negras. As atitudes descrevem um homem com falta de idoneidade para a banca que saiu mas ainda paira como mau agoiro.

Poderia estar aqui a dizer muita coisa mas estaria a tramar-me enquanto cliente. Não foquei por acaso o aspecto do fundo de solidariedade, é que vamos para uma crise medonha e com certeza muitos terão que ir às suas poupanças. Espero que, de hoje para amanhã, não descubra o que sempre acontece. O banco desapareceu com dinheiro, fundos, mutualismo, etc, e os babados do Banco de Portugal, que só andam nas queixinhas permitem actos dolosos. É hora do Montepio se credibilizar e de desaparecer com o fantasma do Tomás Correia e acalmar os clientes. O homem não é a instituição!

Os clientes dos bancos têm que ser sempre idóneos e apresentar garantias, as empresas estão aí por fora aflitas por serviço célere mas a banca, tantas vezes salva pelos contribuintes, é pura e simplesmente a pior porcaria da economia real, há muito que perderam a decência enquanto player do mercado. No Montepio, aparentemente saneou-se o desordeiro mas os problemas surgem nos jornais como que a lembrar que nada foi resolvido e temo que a crise diga o resto.


Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 21 de Abril 2020 08:58
Texto, título e pdf enviados pelo autor. Ilustração CM.