Há algum tempo que não escrevo, estou de volta. Beijinhos a todos.
Repugna-me a efervescência eleitoral de queridos e mentiras. Gosto da serenidade após a contenda onde a maioria passa a ser verdadeira para compromissos sérios.
Este casamento tem toda a lógica, PSD e CDS estão iguais e vão se dar muito bem. Foram e são bem sucedidos pela força do voto que ambos angariaram. O problema não está no factual de quem tem mais votos logo governa, em democracia. A falácia está em como há muito voto que não é livre nem lúcido mas, se isto acontece, é porque o oponente permitiu, passou ao lado. Muito fraco, hesitante, infundado em muito tópico quando se esmiúça.
Retiramos para memória futura que o CDS é um partido de poder, a todo custo, de palavras sem credibilidade ao sabor do interesse do momento, situacionista, cata-vento, é um camaleão que só não passa por mais vezes disfarçado porque tem uns líderes obscenamente fracos e denunciados. É que se lê a falsidade estampada na cara com os malabarismo retóricos primários. CDS sabe que é do táxi de 4, só poder lhe dá um táxi de 9.
O berreiro de Jardim, durante 43 anos, foi só para nos distrair do essencial com as suas balelas que levaram muita água ao seu moinho. O espezinhar permanente do CDS-M, com as tuas tiradas de Madeira Velha, usavam aquele partido para encobrir a nova Madeira que andava a construir do mesmo mas que, jocosamente, titulava de Nova. De rir com brado e choro! Não vê claramente agora? Minúsculo número de ricos passeiam loucos pelas vias enquanto o imenso mar de pobres sem hospital condigno.
A sociedade feudal era essencialmente rural baseada na posse de terras (feudos) e inserida num sistema monárquico de centralização do poder. Os vilhões votaram. A sociedade feudal caracterizava-se por uma estrutura social fixa hierarquizada e permanente. Não havia elevador social. Os beneficiários do poder votaram. O feudalismo tinha esta aparência imutável:
Traduzindo para os nossos dias, o Rei é qualquer banana a quem se dá poder e que é absolutista como Jardim ou um boneco como o Albuquerque. Clero, é a máfia de saias no bom sentido, padres que não respeitam as regras emanadas pelo bispo de deixar a política fora do adro. Nobreza são os beneficiários do cartão social-democrata, os pinga-pinga que recebem para pagar luvas, os que até passam à margem mas têm dinheiro ou fama e importa compor o ramalhete com aquela verdura. Aqui também constam os guerreiros, altos ou baixos funcionários instituídos de importância para avacalhar a coisa. Servos são dos militantes não esclarecidos para baixo e que levam a política como uma clubite quando deveria ser para o bem estar de todos. Englobam os vilhões camponeses e escravos, ou seja, aqueles que trabalham e conservam os feudos. Produzem riqueza em troca da protecção na pobreza.
Neste sistema feudal da actualidade, a mobilidade social é inexistente se não tens cartão ou provéns de famílias ricas, de sobrenome, dos fidalgos das origens desta Madeira Nova Velha ou ainda dos que são uma importação rica que importa acolher. Na Madeira, se nasces em algum daqueles grupos dali não sais a não ser que emigres, viverás como servo durante toda a tua vida. Há uns idiotas que pensam que conseguem, são os que se prestam à suserania e a vassalagem, um compromisso de fidelidade que confere muitas obrigações mas onde o raio da cenoura nunca está próxima para abocanhar.
Esta manhã li alguém que estava tão cómico quanto de azedo, no fim achei que era um social democrata, o que me leva a crer que esta união de facto revolve as entranhas da esquerda à direita e só os servos muito agradecidos fecham os olhos. Vivemos tempos de feudalismo, alcançar o poder absoluto é imperativo, para administrar e outorgar leis e benefícios, enquanto os servos trabalham nas terras. Têm um ordenado q.b., esfolado pelas dívidas dos Réis e Donos Disto Tudo, ganhando uma
expectativa de vida inferior em relação aos outros grupos.
Importante será dizer que em campanha eleitoral os mais poderosos fazem-se de servos, não se importam de descer da escadinha social para manter o topo, são santos, pobres e atenciosos, até os colegas dizem "não venhas de bólide para a campanha porque fica mal, traz um mixuruca alugado pelo partido".
A Madeira Velha antiga e a Madeira Velha nova casaram-se, fizeram poucos ricos no passado e no presente, sempre os mesmos, e querem manter os estatutos porque sem política não são nada.
Se começa a ver que é sempre ao contrário do que dizem, comece a votar ao contrário do que pensa, se calhar dá um escrever direito por linhas tortas ... linhas direitas nesta governação só aquelas que nós sabemos.
Eu sou a Sophia de Melo Breyner e ...
esta é a realidade que não passa no Telejornal.